Foto por Helena Lopes na Unsplash
A pesquisa destaca que, em 2022, a população “nem-nem” totalizou 10,9 milhões de pessoas, representando um em cada cinco integrantes na faixa etária de 15 a 29 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre esses jovens, 4,7 milhões não procuraram emprego e não têm interesse em trabalhar, sendo que a maioria é composta por mulheres responsáveis por cuidados domésticos ou familiares.
A CNC, utilizando uma amostragem conservadora de 7,6 milhões, considera que, se essa parcela estivesse ativa no mercado de trabalho, o PIB teria alcançado R$ 10,146 trilhões em 2022, um aumento de 0,46 ponto percentual em relação ao valor obtido.
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, destaca que o impacto considera o salário médio dessas contratações, que foi de R$ 1.919,81 em novembro de 2022 e R$ 2.021,73 no mesmo período em 2023.
A não inserção desses jovens no mercado de trabalho representa não apenas uma perda imediata pela falta de salário e impacto no consumo, mas também um prejuízo mais duradouro, pois a cada ano, perdem força e oportunidades de crescimento.
Segundo a CNC, a cada R$ 1 de aumento na renda média, há um impacto médio de R$ 1,6 milhão no PIB, com variações regionais. Nos estados do Sudeste, esse efeito é mais significativo, atingindo R$ 5,5 milhões, enquanto no Norte é de R$ 400 mil.
Tavares ressalta que as desigualdades regionais tendem a persistir e até piorar ao longo dos anos caso não haja uma mudança estrutural, como investimentos em capacitação e oportunidades.
Outro fator a ser considerado é a nova cultura de trabalho nas novas gerações. Dados do Grupo QuintoAndar indicam que dois em cada cinco trabalhadores procurariam outro emprego se fossem obrigados a trabalhar exclusivamente em formato presencial.
O economista-chefe da CNC destaca a importância da flexibilidade no mercado de trabalho atual, incluindo políticas de dress code mais inclusivas e diversas jornadas de trabalho. Ele enfatiza que oferecer espaço para que os jovens possam encontrar um propósito além do emprego é fundamental, pois as novas gerações buscam mais do que apenas trabalho.
Essas análises destacam a necessidade de uma abordagem mais abrangente por parte do setor imobiliário, especialmente incorporadores, construtores e corretores, para se adaptarem às mudanças no mercado de trabalho e atenderem às expectativas das novas gerações.
O mercado imobiliário pode capitalizar as oportunidades criadas pela população “nem-nem” ao desenvolver projetos que ofereçam maior flexibilidade e promovam um propósito para os jovens. Nesse contexto, incorporadores, construtores e corretores podem proporcionar alternativas como coworking, trabalho remoto ou jornadas de trabalho mais flexíveis.
Além disso, a concepção de empreendimentos com espaços dedicados ao lazer e cultura pode estimular a interação e o networking entre os residentes. Adicionalmente, o apoio a iniciativas de responsabilidade social que reconheçam e valorizem o impacto positivo dos jovens na sociedade também pode ser uma estratégia eficaz.
Perspectivas do Mercado Imobiliário diante da População “Nem-Nem”
A população “nem-nem” representa um desafio econômico significativo, mas também oportunidades para o setor imobiliário. Ao se adaptarem às mudanças no mercado de trabalho e atenderem às expectativas das novas gerações, os incorporadores, construtores e corretores podem criar projetos inovadores e atrativos que contribuam para o desenvolvimento econômico do país.
Com informações da CNN Brasil
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