Créditos da Foto: Augusto Oazi
O cenário econômico brasileiro para 2024 começa com um otimismo crescente em relação à redução das taxas de juros, segundo projeções do mercado. Após o Banco Central (BC) manter uma postura cautelosa no final do ano passado, mesmo diante da euforia nos mercados financeiros globais, analistas econômicos agora apostam em taxas mais baixas no curto prazo.
De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Valor entre os dias 21 e 22 de dezembro, a mediana das 120 projeções para a taxa Selic em dezembro de 2024 caiu de 9,25% para 9%. Além disso, as expectativas para dezembro de 2025 apontam para um ponto médio de 8,5%, sinalizando uma tendência de redução.
O mercado apresentou diversas revisões em suas projeções em dezembro, refletindo a confiança em taxas mais baixas. Algumas instituições, como BTG Pactual, Itaú Unibanco e Ace Capital, ajustaram suas estimativas de forma mais discreta, enquanto outras, como Genoa Capital, BNP Paribas e Galapagos Capital, adotaram mudanças mais significativas.
A projeção de uma Selic em torno de 9% no final deste ano no mercado de juros é influenciada pela postura cautelosa do BC, pelo processo desinflacionário, pela desaceleração da atividade econômica e pela perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve a partir de março.
Especialistas apontam para um ambiente favorável à redução das taxas de juros, destacando o balanço de riscos atual, que favorece a queda da inflação. No entanto, ressaltam que o BC deve manter cautela diante de fatores como as expectativas de inflação de longo prazo, discussões fiscais e a dinâmica do cenário global.
Eduardo Jarra, economista-chefe da Santander Asset Management, destaca que a conjuntura pode levar a uma aceleração no ritmo de cortes de juros, potencialmente atingindo uma Selic terminal de 8,5%, embora esse movimento deva ser gradual. Porém, ele alerta para possíveis desafios, como a evolução das expectativas inflacionárias, as discussões fiscais e a volatilidade no cenário global.
O chefe de pesquisa do Bradesco BBI, André Carvalho, mantém uma visão otimista para os juros, prevendo que a Selic encerre o ano em 8,75%. Ele destaca a importância de um ajuste fiscal bem-sucedido e observa a elevação da arrecadação federal como indicativo de um cenário mais benigno para cortes de juros.
A discussão sobre uma aceleração no ritmo de cortes de juros ganha destaque nos prognósticos, com diferentes perspectivas entre os analistas. Enquanto alguns, como Vitor Martello da Parcitas Investimentos, acreditam em uma taxa de 9,5% no final de 2024 e 8% na segunda metade de 2025, outros, como Carlos Pedroso do MUFG Brasil, defendem a manutenção da postura cautelosa do BC diante de riscos fiscais e volatilidade no cenário global.
O debate sobre a política monetária se intensificará nos próximos meses, com análises sobre a possibilidade de aceleração nos cortes de juros, influenciadas por eventos como o pagamento de precatórios e a definição da meta de resultado primário. Enquanto o mercado aguarda com expectativas, o BC manterá uma abordagem atenta aos dados e aos desafios econômicos, mantendo a discussão sobre a trajetória das taxas de juros em destaque.
Fonte: Valor Econômico
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