Crédito da foto: Sigmund
A movimentação nos prédios de escritórios está prestes a ganhar força em 2024, de acordo com projeções de consultorias imobiliárias. Empresas em expansão e aquelas que buscam recuperar a interação presencial estão impulsionando o aumento na ocupação de espaços corporativos, revertendo a tendência observada nos últimos anos de crescimento do trabalho remoto.
Dados da CBRE indicam que, em 2023, 90% dos prédios de escritórios operavam com mais de 50% de sua capacidade, um aumento significativo em relação aos 69% registrados em 2022. Adriano Sartori, vice-presidente da CBRE, destaca que essa ascensão na ocupação é notável e provavelmente continuará devido à demanda reprimida por espaço.
O dilema entre manter ou reduzir o home office se reflete nas estratégias das empresas. Algumas estão optando por essa modalidade por falta de espaço físico para acomodar seus colaboradores, enquanto outras buscam a presença presencial para combater a perda de produtividade e engajamento. “A maioria dos CEOs prefere o expediente presencial full”, afirma Sartori.
Marcio Kawashima, sócio-diretor da consultoria Binswanger, destaca que a demanda por escritórios cresceu notavelmente no segundo semestre de 2023, impulsionada pelo aumento na frequência do trabalho presencial. Embora o trabalho híbrido deva persistir, a previsão é que os dias de home office sejam reduzidos, mantendo-se em um ou dois dias por semana.
Itaú Unibanco Inova com Nova Política de Home Office
O Itaú Unibanco, maior banco da América Latina, anunciou no segundo semestre de 2023 uma nova diretriz para suas equipes, estabelecendo um mínimo de dias presenciais. A implementação ocorrerá em duas fases, começando com 4 dias por mês desde setembro e aumentando para 8 dias por mês a partir de fevereiro. Tatyana Montenegro, diretora de Recursos Humanos do Itaú Unibanco, destaca a intenção de promover um ambiente de trabalho produtivo, flexível e acolhedor, aproveitando o melhor de ambos os mundos.
A mudança visa fortalecer a cultura da empresa, integrar novos colaboradores e fomentar a colaboração entre as equipes. Dos 85 mil funcionários do banco, 42% atuam integralmente no presencial, enquanto os outros 58% seguem o modelo híbrido.
Reaquecimento do Mercado de Escritórios em Vigor
O mercado de escritórios está experimentando um reaquecimento notável, conforme indicam as pesquisas mais recentes da consultoria imobiliária JLL. No terceiro trimestre de 2023, a absorção líquida, que representa a diferença entre áreas alugadas e devolvidas, foi de 51 mil m², o maior nível desde o início da pandemia em 2020. No acumulado do ano, a absorção líquida alcançou 64 mil m², evidenciando um aumento significativo nos negócios.
Setores como financeiro e de serviços lideram a ocupação de escritórios, representando 42% da área alugada em São Paulo no terceiro trimestre. Empresas como HDI Seguros e XP Investimentos ampliaram seus espaços, sinalizando uma tendência de retorno à presença física. Enquanto isso, empresas de tecnologia continuam a preferir o home office.
O cenário em 2024 parece indicar uma mudança de paradigma, com empresas reavaliando as práticas de trabalho remoto em favor de um ambiente presencial que promova interação, produtividade e inovação. O reaquecimento do mercado de escritórios sinaliza não apenas uma recuperação econômica, mas também uma adaptação às novas demandas e dinâmicas do ambiente corporativo.
Fonte: O Povo
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