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Steel Frame: a industrialização da construção civil e o impacto para incorporadoras

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A industrialização do setor da construção é uma tendência global que, aos poucos, vem ganhando corpo também no mercado brasileiro. Entre as soluções mais promissoras para tornar os processos construtivos mais ágeis, sustentáveis e previsíveis está o sistema Steel Frame, ou Light Steel Framing, uma alternativa técnica à alvenaria tradicional, com ganhos consideráveis em prazo, controle de custos e qualidade de execução.
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A industrialização do setor da construção é uma tendência global que, aos poucos, vem ganhando corpo também no mercado brasileiro. Entre as soluções mais promissoras para tornar os processos construtivos mais ágeis, sustentáveis e previsíveis está o sistema Steel Frame, ou Light Steel Framing, uma alternativa técnica à alvenaria tradicional, com ganhos consideráveis em prazo, controle de custos e qualidade de execução.

Com uma base estrutural composta por perfis de aço galvanizado e um processo de montagem a seco, o Steel Frame vem se tornando uma solução viável para incorporadoras que buscam inovação, maior eficiência operacional e adequação às novas exigências do mercado consumidor, especialmente no que diz respeito à sustentabilidade, conforto e desempenho técnico das edificações.

O que é Steel Frame e como funciona

O Steel Frame é um sistema construtivo industrializado que substitui a estrutura em concreto armado e a vedação com blocos ou tijolos por perfis metálicos leves, normalmente em aço galvanizado, organizados em painéis pré-fabricados. Esses painéis formam a estrutura da edificação, que é posteriormente revestida com placas cimentícias, gesso acartonado e camadas de isolamento térmico e acústico.

Por ser um sistema seco, sua execução dispensa etapas tradicionais como a cura do concreto ou o assentamento de blocos. Isso reduz significativamente a dependência de condições climáticas, o tempo total de obra e a quantidade de resíduos gerados. O processo de montagem se aproxima mais da lógica industrial do que da construção civil convencional: com componentes modulares, produção padronizada e montagem racionalizada.

O projeto arquitetônico e estrutural é essencial no sucesso de um empreendimento em Steel Frame. Todo o detalhamento técnico precisa ser realizado de forma precisa, pois as peças são cortadas e preparadas com base em um modelo tridimensional, eliminando improvisos no canteiro de obras.

Eficiência e sustentabilidade como pilares

Um dos principais diferenciais do Steel Frame é a velocidade de execução. Ao eliminar etapas molhadas e adotar processos construtivos industrializados, é possível reduzir o tempo total da obra em até 40%, comparado a sistemas convencionais. Para incorporadoras, isso significa menor exposição ao risco financeiro, redução no ciclo do capital e entrega mais ágil ao cliente final.

A sustentabilidade também se destaca como um atributo natural do sistema. A construção com Steel Frame utiliza menos recursos naturais, consome menos água e gera menos entulho. A previsibilidade na compra de materiais e a redução de perdas contribuem para uma gestão de obra mais limpa e alinhada às práticas ESG, cada vez mais exigidas por investidores institucionais e consumidores conscientes.

Além disso, o desempenho térmico e acústico do sistema pode superar o da alvenaria tradicional, desde que a combinação dos materiais seja corretamente especificada. O uso de lã de rocha, mantas térmicas e revestimentos de alta performance permite a criação de ambientes mais confortáveis e energeticamente eficientes, agregando valor ao produto final.

Aplicabilidade no mercado brasileiro

Apesar de ainda não ser dominante no Brasil, o Steel Frame já é uma realidade em diversos segmentos. Ele tem ganhado espaço em empreendimentos de médio e alto padrão, projetos comerciais, edifícios educacionais, hospitais e, principalmente, no setor de habitação de interesse social, onde a escala e a velocidade de execução são essenciais.

Em lançamentos residenciais, o sistema tem se mostrado especialmente vantajoso em tipologias de baixa e média altura, como casas térreas, sobrados, vilas urbanas, condomínios horizontais e edifícios de até quatro pavimentos. Em projetos com arquitetura modular ou repetitiva, os ganhos de produtividade são ainda mais expressivos.

Vale destacar também o avanço do sistema em áreas urbanas densas, onde o espaço para armazenamento de materiais é limitado e a logística de obra precisa ser otimizada. A leveza dos componentes e a possibilidade de pré-montagem off-site tornam o Steel Frame uma solução adequada para canteiros com espaço restrito e cronogramas enxutos.

Cuidados e desafios na adoção do sistema

Apesar das vantagens técnicas e estratégicas, o Steel Frame exige planejamento rigoroso. Por se tratar de um sistema industrializado, a margem para improvisações é mínima. Isso requer projetos bem elaborados, coordenação entre as disciplinas técnicas e mão de obra qualificada, tanto no projeto quanto na execução.

Ainda existe uma barreira cultural a ser superada, tanto por parte dos profissionais do setor quanto do consumidor final. Muitos clientes ainda associam qualidade a construções “pesadas”, com estrutura em concreto e paredes espessas. Cabe às incorporadoras o papel de educar o mercado, demonstrando os ganhos de desempenho, durabilidade e conforto proporcionados pelo Steel Frame.

Outro ponto a considerar é a compatibilização com normas técnicas, especialmente relacionadas ao desempenho térmico, acústico, segurança contra incêndio e sistemas hidráulicos e elétricos. Embora o Brasil já conte com normas específicas para o sistema (como a ABNT NBR 15.290), o uso do Steel Frame ainda exige atenção redobrada à etapa de projeto legal e aprovações junto aos órgãos públicos.

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Uma alternativa viável para incorporadoras que desejam se destacar

Para incorporadoras que buscam se posicionar como referência em inovação e eficiência, o Steel Frame pode representar uma grande vantagem competitiva. A redução do tempo de obra, o controle de custos, o desempenho técnico e a menor pegada ambiental do sistema são características que dialogam com o perfil do consumidor moderno e com a necessidade crescente de projetos mais sustentáveis e rentáveis.

Adotar o Steel Frame requer uma curva de aprendizado, investimentos iniciais em capacitação e mudança de mentalidade. Mas os ganhos, tanto na percepção de valor quanto nos indicadores operacionais, podem ser significativos. O sistema já se provou viável em países com grande diversidade climática e econômica, e o Brasil tem cada vez mais cases que confirmam seu potencial.

Entender o Steel Frame como uma nova possibilidade — e não apenas como uma substituição da alvenaria — é o primeiro passo para incorporadoras que desejam construir de forma mais inteligente, estratégica e preparada para o futuro.

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