Logo do Portal VGV
CONFIRA OS PRINCIPAIS INDICADORES DO MERCADO IMOBILIÁRIO | SELIC 12,25% (01/Nov/2023) | FIPEZAP+ RESIDENCIAL VENDA +0,37% (05/Dez/2023) | FIPEZAP+ RESIDENCIAL LOCAÇÃO +0,70% (14/Nov/2023) | FIPEZAP+ COMERCIAL VENDA -0,11% (22/Nov/2023) | IGP-M +0,59% (29/Nov/2023) | FIPEZAP+ COMERCIAL LOCAÇÃO +0,17% (22/Nov/2023) | IPCA 0,24% (10/Nov/2023) | INCC-M +0,10% (27/Nov/2023) | INCC-DI +0,07% (06/Dez/2023) | IVAR -0,37% (07/12/2023) |

Desvendando a inflação – por João Teodoro da Silva

Compartilhar a notícia

Um vídeo de 21 de setembro mostra que um quilograma de contrafilé, equivalente a 2,2 libras nos Estados Unidos, custa no supermercado 43,98 dólares, aproximadamente R$ 242,00, ao câmbio atual de R$ 5,5 por dólar. Lá, o peso é medido em libra, que equivale a 453,6 gramas. Uma libra de contrafilé custa 19,99 dólares. Por aqui, o contrafilé vale, em média, R$ 52,00 o quilo. Nos EUA, portanto, um quilo da iguaria custa 4,6 vezes o que pagamos no Brasil. No entanto, o custo de lá é quase o mesmo daqui, se considerarmos a paridade de moedas.

A verdade é que toda a economia mundial está sentindo, agora, os efeitos maléficos da paralisação forçada durante a pandemia do coronavírus. A inflação não medra só por aqui. Na Europa, 19 países da zona do Euro registraram inflação de 3% a.a. em agosto, contra 2,2% em julho, e a expectativa é de que aumente ainda mais até novembro. A meta do Banco Central Europeu era de apenas 2%. Nos EUA, chegou a 4,3% a.a. em julho, porém refluiu para 4% em agosto. Para 2022, espera-se 5,2% a.a. Mas por que a inflação acontece?

Eis um exemplo rudimentar: imaginemos um universo (país) no qual existam apenas cinco objetos iguais (canetas, por exemplo); que nesse país só exista R$ 1 mil em moeda circulante. Se existem 5 canetas, cada uma vale R$ 200,00. De repente, para combater uma pandemia, o presidente, manda imprimir outros mil reais, mas não produz nenhuma outra caneta. O país então passa a ter R$2 mil em moeda circulante. Assim, num passe de mágica, cada caneta passa a valer o dobro (R$ 2.000,00 ÷ 5 = R$ 400,00). Produziu-se, assim, 100% de inflação!

Foi o que ocorreu durante a pandemia, no Brasil e no mundo. Só no ano de 2020, segundo o Portal Siga Brasil, mantido pelo Senado Federal, nosso país despendeu no combate aos efeitos da pandemia o total de R$ 564,14 bilhões. Só o auxílio emergencial consumiu R$ 230,78 bilhões na primeira fase (R$ 600 por pessoa), mais R$ 63 bilhões na segunda (R$ 300 por pessoa). O auxílio direto aos estados e prefeituras custou outros R$ 111,4 bilhões. Depois, vieram benefícios com saúde, manutenção do emprego, entre outros.

Entretanto nada foi produzido (nenhuma caneta). Ao contrário, muitos setores econômicos, como hotelaria, transporte, restaurantes, comércio e muitos outros foram totalmente paralisados. De onde então vieram esses quase R$ 600 bilhões que não faziam parte do orçamento em 2020? Parte proveio do redirecionamento de despesas; o restante, das reservas de capital ou da captação proveniente de títulos do tesouro. O que conta, porém, é que o dinheiro entrou, mas nada foi produzido. Mais dinheiro, menos produtos, mais inflação!

Inflação alta diminui o poder de compra das pessoas, que recebem seus salários em valores estáveis, mas pagam por produtos cujos preços sobem frequentemente. Portanto passam a comprar menos. Menos compras, menos crescimento econômico, menos empregos. O Copom, do Banco Central, tem como meta, para 2021, inflação de 3,75%, com tolerância de 1,5% para mais ou para menos. Mas já se fala em 8%. Esperemos que, não obstante, a solidez e estabilidade do nosso mercado imobiliário resistam a mais essa intempérie!

João Teodoro da Silva

Presidente – Sistema Cofeci-Creci – 03/OUT/2021

Compartilhar a notícia

Assine GRÁTIS e receba nossos conteúdos em seu e-mail

Últimas publicações

Pack de Livros sobre o Mercado Imobiliário

Planilhas para construtoras, imobiliárias e investidores

Veja mais

Aluguel residencial ganha espaço entre jovens e população de menor renda, diz ...
Aluguéis residenciais recuam 0,37% em novembro, após 11 meses de alta....
Explorando as Variações no Setor e Seu Impacto na Economia ...
Como uma boa incorporação imobiliária, o fundamento (as bases ou fundação) de um bom negócio precisa estar bem estabelecido para ...
Vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo crescem 26,9%, e lançamentos sobem 70,4%, segundo dados do SECOVI-SP....
Jovens impulsionam crescimento do mercado imobiliário com foco em imóveis compactos e uso de ...
Os números, tendências e fatores por trás do sucesso desses imóveis no Brasil....
Vila Andrade mantém liderança, mas Santa Cecília surge como destaque no mercado imobiliário de São Paulo....
Em meio a um cenário econômico dinâmico, o IGP-M avançou para 0,59% em novembro, surpreendendo as expectativas e evidenciando variações ...
Renato Correia, presidente da CBIC, vislumbra uma retomada robusta para o mercado imobiliário em 2024....

Banca VGV