Mercado de fundos imobiliários deve crescer, afirmam executivos


Mercado de fundos imobiliários deve crescer, afirmam executivos

Mudança na tributação e isenção de imposto de renda são alguns dos atrativos

Os fundos imobiliários surgiram no Brasil como uma forma de diversificar investimentos. Entretanto, ficou restrito a poucos investidores, que podiam destinar cerca de R$ 300 mil em aplicações no mercado de capitais. Mais simples e prática, a caderneta de poupança é o modo mais utilizado por brasileiros na hora de aplicar o dinheiro. Com isenção de imposto de renda, a poupança rende aproximadamente 0,5% e é considerado um modo seguro de investimento. Porém, esse o cenário pode mudar. Foi aprovada recentemente no Senado uma medida provisória que isenta de imposto as aplicações que possuam mais de um ativo em sua composição, ou seja, haverá a popularização dos fundos de investimento e os interessados poderão fazer aplicações a partir de R$ 1 mil.

Para o administrador de empresas Guilherme Rossi, diretor da GR Properties - incorporadora de condomínios de galpões industriais e centros comerciais -, o FII (Fundo de Investimento Imobiliário) aparece como uma alternativa segura, rentável e líquida. “Por meio desse tipo de fundo, os investidores têm acesso a imóveis de alta performance, antes restritos aos que apresentassem credenciais de investidores qualificados”, alerta o executivo.

Rossi explica também que os fundos são responsáveis por toda a administração física, financeira, jurídica e comercial dos imóveis, ou seja, para os investidores resta apenas o conforto de receber os aluguéis. “O mercado de locações imobiliárias comerciais tem atraído cada vez mais investidores, mas muitas vezes eles não querem administrar e nem ser o proprietário direto, responsável por todos os ônus do imóvel. Por essa razão, recorrem aos especialistas para gerir seus investimentos”, comenta.

Atualmente, os fundos imobiliários rendem de 0,9% a 2% ao mês e estão concentrados, principalmente, para shoppings, supermercados, hospitais e edifícios comerciais, bens que, por enquanto, não estão acessíveis a qualquer investidor. “Com o FII e a medida provisória, novos fundos focados em imóveis alugados para operações médias de varejo serão oferecidos aos investidores. O mercado de fundos imobiliários tem tudo para crescer”, analisa Guilherme Rossi.

No entanto, o advogado especialista em direito imobiliário Rodrigo Mello, do escritório Mello, Dabus & Rached – que já esteve em empreendimentos que movimentaram cerca de R$ 1 bilhão de VGV (valor geral de venda) nos últimos três anos -, avisa que há um caso em que a tributação é prevista no FII. “O imposto ocorre quando há a venda da cota do fundo. Neste caso, há uma tributação de 20% sobre o ganho de capital. Por isso, é importante avaliar com antecedência o investimento e os riscos”, afirma.

De acordo com o presidente da Herzog Imobiliária Comercial e Industrial, Eduardo Herzog, a utilização destes fundos será de grande importância para o futuro do Brasil, uma vez que cria uma nova maneira de viabilizar capital para investimentos na área de construção de módulos de galpões em condomínios industriais e prédios isolados. “Atualmente, existe uma forte demanda para o espaço industrial no país e, para que seja suprida, os investimentos deverão ser feitos de maneira especulativa, ou seja, sem que lado do ocupante ou inquilino esteja definido antes mesmo de iniciar a obra, o que se difere da situação atual, em que os investidores focam na modalidade  ‘construção sob encomenda para locação’”, completa Herzog.

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