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“Papel da Caixa é de agente normalizador do mercado”, diz Guimarães


Em duas semanas desde o agravamento da crise do coronavírus, a Caixa desembolsou R$ 20 bilhões entre empréstimos para pequenas empresas, compras de carteiras de bancos médios e de credenciadoras de cartões e aquisições de debêntures no mercado secundário.


A atuação distribuída em várias frentes - inclusive em áreas até então pouco exploradas pelo banco - reflete a missão que a Caixa terá para conter os danos da pandemia na atividade econômica. "Nosso papel será o de um agente normalizador do mercado", afirma o presidente da instituição, Pedro Guimarães, em entrevista ao Valor.


Os recursos fazem parte de um total de R$ 111 bilhões que a Caixa anunciou que terá para o combate aos efeitos da turbulência. Segundo o executivo, o banco está capitalizado e com boa liquidez após uma série de vendas de ativos no ano passado, o que lhe dá margem de manobra agora. Embora o novo cenário tenha interrompido o processo de desinvestimentos, como o IPO da Caixa Seguridade, Guimarães afirma que a instituição tem recursos suficientes para atuar sem comprometer seu balanço. "Não vou fazer maluquice", diz.


Uma das prioridades é conceder capital de giro para pequenas e médias empresas, que viram o faturamento despencar com a suspensão das atividades. Segundo Guimarães, a demanda aumentou nos últimos dias porque o mercado de crédito, no geral, está mais restritivo.


O risco desses clientes também subiu, mas a exposição que a Caixa tem ao segmento é pequena - de apenas R$ 30 bilhões, frente à carteira de crédito total, que somava 


R$ 693,7 bilhões no fim do ano passado e é majoritariamente formada por linhas imobiliárias. Por isso, o impacto de eventuais calotes de empresas será muito reduzido no índice de inadimplência do banco, argumenta o executivo.


Algumas precauções, no entanto, estão sendo tomadas. A renovação de capital de giro para empresas que já são clientes é mais simples. Para as demais, a Caixa está atuando por meio de uma parceria com o Sebrae, que tem uma espécie de fundo garantidor para cobrir inadimplência, o que reduz riscos do banco. A instituição também vai oferecer crédito para financiar folhas de pagamento, conforme modelo desenhado entre os bancos e o governo.


O crédito a pequenas e médias empresas não chega a ser um desvio de rota para a Caixa. A instituição já vinha tentando crescer nesse segmento, assim como no de operações comerciais para pessoas físicas – também passa por aí a lógica da compra de carteiras de empréstimos consignados concedidos por bancos médios.


A crise acabou sendo uma oportunidade para acelerar esses movimentos. "Estamos numa posição única, desalavancados e com baixa exposição a esse setores", diz Guimarães. "Se essas empresas sobreviverem, vamos ganhar dinheiro ao longo do tempo."


Na última semana, a Caixa adquiriu carteiras de bancos médios e recebíveis performados de pelo menos uma credenciadora. Recebíveis performados são aqueles correspondentes à venda já feita pelo lojista por meio das maquininhas. O banco também foi às compras no mercado secundário de debêntures, onde não é um frequentador habitual, numa tentativa  de ajudar a fomentar liquidez. A intenção é vender os papéis quando a situação voltar ao normal.


Desde o início do ano passado, o banco vinha desmontando sua carteira de crédito a grandes companhias, e essa disposição não mudou agora. Segundo Guimarães, a Caixa não tem planos de conceder recursos ao segmento em operações sem garantia. "O foco é em pequenas empresas e pessoas físicas", reitera.


O presidente da Caixa afirma que, desde o início da crise, o banco postergou, por 90 dias, o pagamento de prestações de crédito imobiliário de mais de 800 mil clientes. De acordo com o executivo, o volume corresponde a uma pausa em contratos que somam cerca de R$ 80 bilhões. Também houve redução, para 2,9% ao mês, na taxa do cheque especial.


Nas próximas semanas, Guimarães terá o desafio de viabilizar a distribuição do auxílio de R$ 600 que será concedido a trabalhadores informais, cuja renda tende a despencar durante a pandemia. Para isso, o executivo diz que se valerá da experiência adquirida na liberação de recursos das contas do FGTS no ano passado, feita em grande parte de forma digital.


Embora seja uma operação de custo elevado, Guimarães afirma que o pagamento dos vouchers, como contrapartida, vai atrair mais clientes para o banco. Nos cálculos dos executivos, 85% do público potencial do benefício não é tem conta na Caixa hoje.


 Fonte: https://www.ademi.org.br/article.php3?id_article=79051

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