Setor da construção retoma otimismo moderado


Setor da construção retoma otimismo moderado

Os resultados da 40ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção marcam a volta dos indicadores mais importantes da percepção do setor ao campo positivo. A enquete foi realizada em agosto com pelo SindusCon-SP e pela FGV Projetos, com o apoio da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), com 226 empresários da construção civil de todo o país.

Todos os principais itens pesquisados apresentaram melhora e denotam otimismo. Valores acima de 50 indicam uma percepção/cenário favorável, com exceção do quesito "Dificuldades financeiras", onde valores acima de 50 indicam percepção/cenário desfavorável. Predominou uma avaliação moderada, mas a melhora na percepção do ambiente é bastante clara na comparação com a rodada anterior da pesquisa, realizada em maio.

Já o comparativo com agosto de 2008 ainda é desfavorável. Isso ocorre porque aquela foi a última pesquisa antes do agravamento da crise internacional. Ainda assim, desta vez os empresários da construção se mostram menos preocupados com a inflação do que há um ano. E, apesar de toda a evolução da crise, a confiança no sucesso da política econômica também evoluiu favoravelmente.

A leitura mais geral dos dados da sondagem indica que se consolidou o clima de otimismo, já esboçado na pesquisa de maio. Como regra, os empresários paulistas fizeram uma avaliação mais positiva de seu ambiente de negócios do que a média nacional, especialmente no que se refere ao desempenho corrente das construtoras e à melhoria das condições financeiras. É um quadro em linha com a evolução mais ampla do cenário macroeco-nômico que apresentou sensível melhora a partir do segundo trimestre.

O setor está mais confiante
A confiança foi a tônica revelada pela sondagem de agosto. As expectativas mais favoráveis de crescimento econômico podem ser consideradas a base da avaliação dos empresários. O indicador é ligeiramente superior ao nível de fronteira (50), mas o fato de ter crescido mais de 40% no trimestre indica que os empresários estão firmando a percepção de que o pior da crise já passou. Ainda no campo macroeconômico, as perspectivas de inflação reduzida se mantiveram praticamente estáveis, mas em um nível muito elevado. Indiretamente, essa expectativa indica baixa preocupação quanto à possibilidade de altas nas taxas de juros no futuro próximo.

Do ponto de vista setorial, tanto a avaliação do desempenho corrente da empresa quanto das perspectivas futuras de desempenho da empresa tiveram altas expressivas no trimestre. Segundo o indicador de perspectivas, a avaliação do desempenho recente voltou ao campo do otimismo. Isso demonstra que os empresários estão em posição bem mais confortável do que no início da crise, uma vez que as expectativas otimistas de desempenho, formadas em maio, foram confirmadas pelo desempenho do trimestre encerrado em agosto. A confirmação de expectativas favoráveis de desempenho é sempre um fator positivo para a consolidação do otimismo empresarial. Some-se a isso redução do nível de dificuldades financeiras, elemento que causou grande preocupação após o estopim da crise, em setembro de 2008. Esse item da pesquisa melhora até mesmo na comparação anual.

Um sinal de alerta, coerente com o cenário de retomada, refere-se às perspectivas de custos. Apesar da melhora na comparação anual, esse item registrou piora no trimestre. Isso indica que os empresários do setor acreditam que a volta do crescimento poderá provocar pressões de demanda, sobretudo no que se refere à mão de obra, uma vez que os preços dos insumos da construção estão em trajetória de queda. Ainda assim, o cenário é mais favorável do que há um ano, quando a cadeia da construção estava muito pressionada pelo boom do setor pré-crise.

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