Revitalização de centros urbanos tem apoio da comunidade


Revitalização de centros urbanos tem apoio da comunidade

Projetos de reurbanização resgatam identidade cultural. População aprova e se diz valorizada

 

Projetos de revitalização, reurbanização e restauração de prédios antigos cada vez mais fazem partes das agendas da maioria dos municípios brasileiros.  As obras do gênero ganham importância ao minimizar os impactos do crescimento urbano e resgatar a história e a cultura local. A população aprova os investimentos e se mostra satisfeita com iniciativas nesse sentido. Tanto que se mantém atenta a novidades. 

De acordo com Sílvio Chaimovitz, CEO da ACS Incorporadora, as propostas de revitalização têm ocupado um importante lugar para a compreensão da dinâmica urbana contemporânea dada sua frequência e abrangência. “Nas últimas décadas, estes processos têm se caracterizado por incorporarem a “cultura” como conteúdo diferenciador das várias experiências de revitalização. Neste sentido, o patrimônio histórico, as tradições locais, a cultura popular e outros elementos têm se transformado em mercadoria altamente valorizada no mundo contemporâneo”, destaca. 

Em Campinas, um exemplo bem sucedido é a reurbanização da Rua 13 de Maio, no coração do Centro de Campinas - um marco para a cidade, aprovado pelos comerciantes e comemorado pela população. O projeto incluiu remodelação de toda fiação da rua com o objetivo de sumir com o emaranhado de fios que cruzavam o espaço aéreo, poluindo o visual e dando à região um aspecto claustrofóbico. Toda fiação foi toda aterrada e passou a correr pelo subsolo. 

A reforma contemplou, ainda, a construção de novas galerias de água e escoamento de esgoto, pondo fim à situação anterior, que contava com ligações clandestinas de esgoto na rede de água uma das principais causas do mau-cheiro da área. O projeto também incluiu a execução completa de uma nova pavimentação da rua. 

O famoso calçadão ganhou projeto de qualificação urbanística que inclui todos os equipamentos que formam o chamado mobiliário urbano da rua: sinalização para veículos e pedestres, bancos, floreiras, telefones, entre outros. 

A Rua ficou de cara nova e voltou a atrair os consumidores que frequentavam os shoppings centers como medida de segurança. Mas a revitalização da região central da cidade não para por aí. Atualmente, a prefeitura municipal intimou comerciantes da Avenida Francisco Glicério e da Rua Campos Salles a fazer modificações na fachada dos prédios, para se adequarem ao projeto que dá continuidade a reurbanização do Centro. 

A restauração de um dos principais cartões postais, a Catedral Metropolitana também é um marco para a cidade. Referência histórica e arquitetônica, a Catedral começou a ser restaurada em meados de 2004 e hoje a Arquidiocese de Campinas aguarda doações para dar início a segunda fase do restauro. Símbolo da fase de grande desenvolvimento urbano vivido pelo município ao longo do século 19, graças à economia cafeeira, a catedral foi escolhida a segunda Maravilha de Campinas, após voto popular realizado em 2007. 

A comunidade aprova os investimentos. “Sempre que posso venho à Catedral. Faz parte da história da minha família. Frequento o local desde pequena. O prédio tem um valor simbólico para a população, é importante que seja mantido em boas condições. Precisamos preservar nossa identidade, nossas referências e costumes”, revela Rose Campos, dona de casa de Campinas. 

Outro exemplo é o prédio do Jockey Club Campineiro, preservado por decisão do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas, desde dezembro de 1994. Recentemente, o prédio, que fica a poucos metros do marco-zero da cidade, passou por uma revitalização completa, que contou com nova pintura e iluminação cenográfica. Em função do projeto, a sede do Jockey Club foi uma das principais atrações da cidade durante o último Natal. Com 1,3mil metros quadrados de construção, o prédio conta com fachadas e decoração inspiradas nos palacetes franceses do final do século 18, mais precisamente, da zona urbana parisiense. 

A estrutura imponente da Escola Preparatória de Cadetes do Exército de Campinas também chama atenção pela qualidade com que é mantido o prédio. O projeto do local, em estilo colonial espanhol, está completamente preservada, e em pleno uso. A Escola de Cadetes é uma instituição com mais de meio século de existência, cuja missão é preparar candidatos para o ingresso na Academia Militas das Agulhas Negras, responsável pela formação do oficial combatente do Exército brasileiro. 

“O exemplo de Campinas ilustra tanto a importância quanto a viabilidade de se propor hipóteses de qualificação do espaço urbano, para que esses locais recuperem a relevância do passado na vida atual, compreendendo a constante transformação da população que podem ser um imóvel abandonado, uma rua comercial, uma praça sem cuidados, ou até construções maiores como, por exemplo, estádios”, afirma Chaimovitz. 

As cidades, através do poder público, agentes comunitários e empresas privadas, respondem de maneiras diferentes a essa questão, mas é consenso entre as partes que o papel da reurbanização de tais áreas vai além de deixar a cidade mais bonita. Resgatar a história de espaços ou reconstruir patrimônios tombados fortalece o mercado e o comércio da região no qual estão inseridos, gera empregos direta ou indiretamente, e ainda cria um ambiente mais agradável para os moradores locais, que certamente ficarão gratos pelo feito.

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