
*por Alexandre Lafer Frankell
Se você tem a intenção de comprar um imóvel residencial ou comercial em São Paulo, para morar ou alugar, é melhor se apressar, porque de agora até a Copa do Mundo, em 2014, os preços, que já subiram bastante nos últimos cinco anos, só vão aumentar. O crescimento da demanda por novos imóveis vai entrar em ebulição.
Apesar da recente e contínua valorização dos imóveis em São Paulo – entre 30% e 40%, eles ainda estão baratos, principalmente, porque há uma grande escassez de terrenos para a implementação de novos projetos, sobretudo nas melhores áreas da cidade. Em decorrência disso, torna-se cada vez mais difícil a aprovação de projetos novos.
Com a economia brasileira em forte ascensão, devido, sobretudo, à entrada de capitais no país e ao maior acesso ao crédito, muitos consumidores já estão se voltando para os imóveis. No caso de São Paulo, por bons motivos: entre 2004 a 2009, a renda do paulistano cresceu 25%, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Dieese, No mesmo período, houve uma queda de quase 19% no desemprego na cidade.
O reflexo dessa melhora foi que a venda de imóveis na capital disparou. No mês de fevereiro foram vendidas 2.858 unidades, um aumento de 89,5% em relação ao que foi negociado em janeiro (1.508) e de 83,7%, se a base de comparação for fevereiro do ano passado (1.556).
Investimento rentável
Os projetos imobiliários devem ficar atentos a essa realidade e focar tanto no investidor tradicional, como naquele que está querendo entrar no mercado.
A crise financeira, iniciada em setembro de 2008, acabou assustando o investidor, que viu grandes bancos, fundos de pensão e instituições internacionais, aparentemente sólidas, ruírem. Assim, o mercado imobiliário surgiu como uma das opções mais seguras para quem está buscando rentabilidade, especialmente neste bom momento que a economia brasileira vive.
Mas, é necessário ficar alerta para o seguinte: o imóvel só é bom para o investidor quando também é bom para o tomador final. Não existe um sem outro. Por isso, quando se compra um imóvel é preciso pensar lá na frente, em quem vai comprá-lo ou alugá-lo. Ao se planejar a construção de um empreendimento, precisamos nos atentar para todas as qualidades, de forma que realmente seja atraente para aquele investidor que busca um bom retorno no futuro.
Imóveis para pessoas sozinhas
Nessa linha, a localização tem que ser bem estudada e bairros consagrados da Região Metropolitana de São Paulo ganham destaque. A procura por imóveis com ticket (valor total do bem) mais acessível, metragem mais compacta para atingir o maior número de pessoas e dar liquidez, ou seja, facilidade de venda, para o imóvel.
Outros pré-requisitos que devem ser levados em consideração nos empreendimentos são o potencial de valorização do imóvel, a demanda e o preço da locação, já que muita gente está atrás de apartamento ou ponto comercial para alugar. O ideal será atingir 150% do CDI líquido, fora a valorização do imóvel.
Podemos comparar o lançamento de um empreendimento imobiliário, hoje, à abertura do capital de uma empresa na bolsa de valores. A pessoa compra acreditando na valorização do imóvel. Hoje, a tendência é o mercado de singles, ou pessoas sozinhas. Este é um segmento que está crescendo no mundo inteiro. Em Londres e Paris, por exemplo, este mercado já chega a 30% da população. Em Nova York, a porcentagem é ainda maior: 50% dos moradores da cidade não dividem a moradia com ninguém.
Apartamentos de 40 metros
No Brasil, estudo feito pelo IBGE há 10 anos, mostrava que o número dos que residiam sozinhos equivalia a 8,4% da população do país. Agora, com os casais se casando mais tarde, equivalem a quase 12% dos habitantes. Não há estatísticas recentes, mas sendo São Paulo a maior metrópole brasileira, o mercado paulistano de singles equivalha a cerca de 20% dos moradores da cidade.
Nos próximos anos, este mercado vai se expandir muito, exigindo moradias mais compactas, cada vez menores. Estamos falando de apartamentos de 40 metros e de pontos comerciais a partir de 35 metros. Estes imóveis terão uma enorme procura.
* Alexandre Lafer Frankell é sócio diretor da Vitacon Participações
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