O segundo passo é fundamental - por Fernando Cardoso


No dia a dia, com o correr do tempo, percebe-se que um dos grandes desafios é saber despertar a necessidade de comunicar a marca de uma pequena ou média empresa, através dos diversos canais do marketing. Isso, frente à realidade de que a maioria dessas empresas vive a cultura de vendas a espera de resultados imediatos e não a do marketing, que oferece resultados planejados e mensuráveis de médio a longo prazos, o que garante uma receita crescente.

Esse cenário, contudo, revela que muito dessa cultura tem como principal característica a administração familiar, estrutura que admiro e que é berço da minha carreira profissional e o que instigou meu espírito empreendedor.

A história nos mostra a importância da imigração de portugueses, italianos, espanhóis, japoneses e muitas outras etnias, para que o Brasil se tornasse um país empreendedor. Afinal, ao chegar aqui, as famílias buscavam alternativas ao emprego escasso e mal remunerado para garantir o sustento e o conforto da família. Forma-se, então, a base do comércio e indústria no país.

Hoje, muitas pequenas e médias empresas familiares vivem ainda um despreparo para enfrentar as turbulências conferidas no mundo dos negócios. Não é a toa que o índice de mortalidade, divulgado pelo Sebrae, indica que 58% de micro e pequenas empresas fecham as portas até o quinto ano de funcionamento.

Isso quer dizer que não adianta o Brasil ser um dos países mais empreendedores do mundo, se o empreendedor não está preparado para os desafios e oportunidades durante a sua jornada. Muitas vezes, o negócio nasce pela necessidade de subsistência e desejos básicos. Até este ponto, todo mundo se vira com sua experiência de vida adquirida e administra o negócio.

A partir daí, encontramos o maior obstáculo do empreendedorismo no Brasil: passar para o próximo degrau, profissionalizar a operação e aprender a ganhar dinheiro. O que não pode acontecer é deixar a acomodação tomar conta da situação, desmotivando e cortando a vontade de crescer.

Profissionalizar a operação é fundamental para garantir que pessoas capacitadas assumirão postos de confiança dentro da empresa, eliminando todos os cabides improdutivos. Significa contratar fornecedores capazes de entender seus pensamentos e transformá-los em estratégias vendedoras, executáveis e que caibam dentro de cada orçamento. Neste momento, o pensamento não deve focar os custos, mas sim os investimentos necessários para este passo, sabendo que os louros virão no médio e longo prazos.

Na atmosfera do marketing, trabalhar com uma agência de comunicação e eventos lado a lado representa um ganho fantástico nas estratégias comerciais e de relacionamento da empresa. O pensamento muda. Deixa de ser “o logotipo que meu sobrinho fez é bonito e conhecido pelos meus clientes” e passa a ser “como posicionar a sua marca na cabeça dos consumidores de forma a criar um relacionamento virtuoso com a empresa e impulsionar as vendas de forma positiva, constante e sustentável”.

Sabemos que o brasileiro é centralizador, isso é cultural. A maioria quer tomar conta de tudo, para nada sair do seu controle. Porém, o mais importante para os negócios é delegar o trabalho, principalmente o operacional. Desta maneira, sobra mais tempo para pensar na estratégia, na essência de cada negócio.

Um dos grandes sucessos da cultura empreendedora americana é a descentralização. Ou seja, o profissional concentra suas forças na sua área do conhecimento e busca ajuda de outros profissionais ou empresas capacitados para corrigir suas fraquezas. Isso geralmente é feito através das redes de relacionamentos físicas e virtuais. O resultado são empresas ágeis e altamente qualificadas para qualquer contratempo no mundo corporativo.

Portanto, não se pode deixar enganar quando uma agência aparecer à sua porta. Na verdade eles não querem tomar o seu dinheiro e o lugar do seu sobrinho criativo. Mas sim, ser remunerada pela capacidade de entender e atender suas necessidades de comunicação e eventos, mostrando oportunidades de negócios antes não percebidas e criando valores para a sua marca, que ultrapassarão a barreira do logotipo e material de papelaria.

Dê o próximo passo para explorar este mundo novo.

*Fernando Cardoso é diretor executivo do vertical CO (comunicação) e um dos sócios fundadores da br4.cgn, agência de comunicação e eventos.

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