Miami: oportunidades na crise - por Jeremias Rodrigues


bandeira dos estados unidos usa flagO Brasil é um país de dimensões continentais que sempre atraiu o interesse de empresários do setor imobiliário nos momentos de bonança no mercado externo. Já presenciamos a chegada em massa de argentinos ao Sul do País a partir da segunda metade da década de 90, e, mais recentemente, dos europeus, especialmente da península ibérica, aos estados do Nordeste. Isso sem mencionar o interesse dos chineses por nossas terras produtivas. Quem imaginaria que um dia essas mesmas oportunidades se colocariam à disposição de investidores brasileiros no maior mercado consumidor do mundo, os Estados Unidos? Hoje, uma em cada dez compras de imóveis fechadas em Miami está nas mãos de brasileiros.

Essa procura por imóveis na Flórida aumentou bastante nos últimos dois anos. Enquanto o mercado norte-americano sofre com uma crise prolongada, que reduziu o crédito local, os brasileiros remam na direção contrária. Com a economia em ritmo acelerado, os compradores se aproveitam do real valorizado frente ao dólar para investir em imóveis de fino acabamento. Além disso, ganham uma opção a mais de férias para levar familiares e amigos a uma cidade que oferece segurança e boa qualidade de vida graças às suas praias e ao clima.

Para se ter uma idéia, os imóveis nos Estados Unidos são vendidos a preços 50% menores do que há quatro anos. Na região de Miami, é possível encontrar apartamentos a partir dos R$ 300 mil, os “condo hotéis”. Esses imóveis, que se parecem bastante com flats, têm taxas de ocupação de até 80% e podem gerar renda quando não estiverem sendo utilizados – o aluguel diário a terceiros pode variar de US$ 200 a US$ 500. Há também opções de imóveis residenciais, como casas de férias e para temporadas, além de imóveis comerciais. O imposto de propriedade – IPTU local – representa cerca de 2% do valor de venda, ao ano.

O processo de compra não é complicado, mas é preciso conhecer a legislação norte-americana e ter um bom acompanhamento de profissionais qualificados para garantir a realização de um bom negócio. Existem algumas regras básicas, que têm de ser obrigatoriamente seguidas. Quando decidir pelo imóvel, por exemplo, o comprador deve fazer um depósito de 10% do valor total de compra, o que lhe dá a garantia de reserva. Depois disso, o cliente recebe o contrato e tem um prazo de três dias para analisar as cláusulas e as regras do condomínio – no caso de apartamentos.

Também existe a possibilidade de fazer um financiamento, pagando os juros cobrados nos Estados Unidos para financiamentos imobiliários, que hoje são mais baixos do que no Brasil, a partir de 3,5 % ao ano. Para isso, porém, é preciso ter um cadastro em um banco norte-americano e se submeter às regras locais de aprovação do crédito, que agora são bem mais restritas para evitar calotes.

Não é obrigatório viajar para fechar o negócio, uma vez que é possível fazer tudo por meio de uma procuração a um representante na Flórida. No entanto, é recomendável que o comprador visite pessoalmente o imóvel. Basta um passaporte, dinheiro para a entrada média de 30% e crédito para efetuar a compra. O idioma não é um problema, pois já existem profissionais fluentes em língua portuguesa para acompanhar os compradores nas visitas aos imóveis e outros procedimentos.

Como se percebe, comprar um imóvel em Miami não é nenhum bicho de sete cabeças. É uma boa opção para quem tem dinheiro guardado, seja pelo luxo e conforto de um imóvel no exterior, ou simplesmente como investimento. Agir rápido, porém, é importante. Em 2009 havia mais de 20 mil imóveis à venda na região de Miami e hoje eles não chegam a 3 mil. Diante desse quadro, a tendência é haver uma valorização em função da grande demanda e a redução constante da oferta.

* Jeremias Rodrigues é diretor da Jeremias Rodrigues Imóveis de Alto Padrão

Veja também: Mercado Imobiliário em Miami. É um bom investimento comprar imóveis em Miami?

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