Competição Desigual - por Milton Bigucci


A desoneração da folha de pagamento é um tema crucial para a competitividade que o Brasil está buscando com os mercados econômicos do mundo. Acabamos perdendo devido, principalmente, ao elevado ônus das folhas de pagamento. Mais de 30% de custo de um empregado refere-se à tributos incidentes na folha. Dizem os analistas que os tributos e benefícios sociais alcançam mais de 100% do salário. O que o empregado leva para casa (go home) no final do mês é baixo, mas o seu custo para a empresa é alto. Nos Estados Unidos esse custo é de apenas 9% e nos Tigres Asiáticos de 11%.

Não adianta reduzir os tributos da folha de pagamento e aumentar as alíquotas sobre o faturamento das empresas. Estaremos apenas transferindo os custos e não desonerando.

Todo bem ou equipamento e máquinas necessárias à produção deveriam ser isentados de tributos para que no futuro, quando servissem ao seu objetivo, pudessem render tributos. Somente quando estivessem produzindo, esses bens seriam tributados, nunca antes. Seria um estímulo à produção. Talvez mais recursos do mundo seriam canalizados a investimentos no país e a nossa competitividade seria maior.

Deve haver uma análise mais profunda de custo/benefício. Competição se ganha com qualidade, mas principalmente com preço. Vide exemplo da China. O país está empenhado na melhoria da qualidade, porém a competição nos preços é mais acirrada e os concorrentes pelo mundo, não tão éticos.

A competição industrial esbarra também na questão do câmbio, fundamental para a exportação. A valorização do real é um problema sério. Os grandes estoques de dólar que o Brasil fez, não fizeram o dólar se valorizar aqui dentro. O Real segue super valorizado e assim nossa competitividade é sempre ameaçada. China e Estados Unidos são os mais beneficiados.

Enfim, há muito a se fazer em reformas por estas terras.

* MILTON BIGUCCI é presidente da construtora MBigucci, presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC, Membro do Conselho Consultivo Nato do Secovi-SP, Diretor do Departamento de Construção Civil da FIESP, autor dos livros “Caminhos para o desenvolvimento”, “Somos todos responsáveis – crônicas de um Brasil Carente” e “Construindo uma sociedade mais justa”, e membro da Academia de Letras da Grande São Paulo, cadeira nº 5, cujo patrono é Lima Barreto.

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