Arquitetura é essencial para inclusão da pessoa com mobilidade reduzida


Arquitetura é essencial para inclusão da pessoa com mobilidade reduzida

Dia Internacional do Deficiente Físico, que será comemorado em 3 de dezembro, alerta a sociedade para os obstáculos físicos e sociais enfrentados por portadores de necessidades especiais
 
 

A sociedade vem mudando a forma de encarar a pessoa com algum tipo de deficiência, mobilidade reduzida ou necessidade especial. No entanto, ainda existem muitas barreiras para que as construções, espaços e ambientes sejam completamente acessíveis e possibilitem a interação sem qualquer tipo de obstáculo, seja físico ou social.

O Dia Internacional do Deficiente Físico, que será comemorado nesta sexta-feira, 3 de dezembro, é mais um alerta para que a sociedade conscientize-se definitivamente da importância da acessibilidade e da inclusão. Para Helena Degreas, arquiteta e professora do Complexo Educacional FMU, cabe aos profissionais das áreas de Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo e Design um papel essencial na disseminação de boas práticas de projetos, a fim de atender as demandas do maior número possível de pessoas com as necessidades mais diversas.

“Todos os profissionais, incluindo os arquitetos, vêm mudando suas formas de atuação. Isso significa que todos os ambientes devem ser acessíveis ou, em outras palavras, devem ser construídos de forma a viabilizar a interação física e social de indivíduos com algum tipo de deficiência funcional”, analisa a professora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores e tutora do Escritório-Modelo de Arquitetura e Urbanismo da FMU.

Helena destaca que, ao se analisar a funcionalidade (funções do corpo, atividades e participação), há condições de identificar o que uma pessoa é capaz ou não de fazer. “Com essas informações, podemos, por meio de tecnologias assistivas, criar ambientes, objetos e cidades que deem autonomia e liberdade aos indivíduos para a execução de tarefas da vida cotidiana em seu lar - cuidados pessoais, com a casa, com objetos, plantas e animais, por exemplo -, como também facilitar e viabilizar relações comunitárias, sociais e profissionais, como participação em eventos, locomoção urbana, atividades de trabalho, etc.”, diz a arquiteta, que é mestre e doutora em arquitetura e estruturas ambientais urbanas.

O decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004, afirma que todos os projetos de natureza arquitetônica e urbanística, de comunicação e informação, de transporte coletivo, bem como a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva, devem ser acessíveis aos deficientes físicos, visuais, auditivos, mentais e com mobilidade reduzida, como também a pessoas com mais de 60 anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo. “Todas as edificações de uso público, coletivo e privado devem atender as normas de acessibilidade”, esclarece a professora.

Segundo Helena, a acessibilidade já é discutida e defendida não como uma adaptação, mas um conceito incorporado a projetos de novos ambientes e espaços - pelo menos, no meio acadêmico e no ensino da Arquitetura. “A mudança de cultura e de comportamentos demanda mais tempo, pois depende da educação. Por isso, os cursos de Arquitetura vêm aplicando aos seus projetos pedagógicos o ensino do Desenho Universal, de conteúdos vinculados ao projeto de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e necessidades especiais nas disciplinas vinculadas às áreas de projetos do edifício, do objeto, do paisagismo e da cidade”, explica.

A professora da FMU frisa que os projetos devem prever o uso equiparável e igualitário e devem ser adaptáveis para que pessoas com habilidades e preferências diversas possam fazer uso sem dificuldade. “Eles devem ser de uso simples, intuitivo e de fácil percepção, devem ser seguros ou, ainda, tolerantes ao erro e não devem demandar esforço físico para seu uso”, completa.

“Em suma, é função da Arquitetura dar condições equitativas de vivência e cidadania. Isso é inclusão”, finaliza.

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