Após a guerra contra o tráfico, imóveis devem valorizar no Rio de Janeiro
Publicado em 01 de Dezembro de 2010
Regiões que perderam valor devido a falta de segurança pública voltam a ser valorizadas depois da implantação de UPP´s
As operações policiais para conter a violência e o tráfico de drogas no Rio de Janeiro devem trazer de volta a valorização imobiliária para algumas regiões da cidade. Depois de anos em desvalorização por causa da falta de segurança, os bairros de classe média e alta que ficam próximos a comunidades carentes voltam a chamar a atenção do mercado imobiliário quando recebem Unidades de Polícia Pacificadora (UPP´s).
Segundo o empresário do setor imobiliário Márcio Schneider – que representa a Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI) no Rio de Janeiro – a implantação de UPP´s nas favelas tem apresentado bons resultados. Ele cita a Tijuca como um exemplo. Localizado na Zona Norte e predominantemente de classe média, sofria desvalorização imobiliária devido a falta de segurança provocada pela proximidade de favelas. "Após a instalação de UPP´s nas favelas próximas, a Tijuca passou a apresentar forte recuperação do valor dos imóveis. Inverteu totalmente a tendência de constante desvalorização", avalia Schneider.
Desde o dia 21 de novembro, quando começou a operação que reúne polícia, exército, marinha e aeronáutica no Rio de Janeiro, a Secretaria de Segurança Pública do Estado estuda a implantação de mais UPP´s. A décima terceira foi inaugurada no último dia 30 no Morro dos Macacos no bairro de Vila Isabel. Para o próximo ano, o governo já prometeu UPP no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro. Sete mil policiais serão formados para trabalhar nas Unidades cariocas.
Segundo o representante da ABMI, a topografia do Rio de Janeiro somada a falta de infra-estrutura de transporte facilitou a instalação de favelas muito próximas a bairros de classe média e alta. O que interfere muito no valor dos imóveis. Embora a expectativa seja boa, as intervenções do poder público precisam continuar crescendo. "O mercado ainda aguarda sinais mais fortes de que o caminho adotado com as UPP`s vai de fato se consolidar", alerta Marcio Schneider.
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