O COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central - elevou, de novo, por unanimidade a SELIC, taxa básica de juros da nossa economia. Agora a alta foi de 1,5 ponto percentual, levando a taxa que estava em 6,25% para 7,75% ao ano.
A razão é a mesma que vem motivando este ciclo de altas: a inflação persistente. Desta vez, como se não bastassem todos os fatores macroeconômicos e globais que já pressionam a inflação para cima - os quais não temos controle - ainda temos elementos da nossa política econômica interna que sacrifica a questão fiscal e pressiona ainda mais a elevação dos preços, exigindo portanto uma medida mais enérgica por parte da autoridade monetária conforme revela a ata do COPOM.
Qual o impacto da subida de 7,5% da SELIC no mercado imobiliário?
De acordo com Bruno Lessa, diretor do Portal VGV, “a alta nesta proporção com expectativa de continuação talvez em proporções ainda maiores sugere de forma clara que os bancos irão elevar no médio prazo suas taxas de juros finais - a chamada “taxa balcão” - nas novas contratações de crédito imobiliário”, comenta. “Isso não deve parar o mercado imobiliário, até porque temos muita demanda, porém fatalmente veremos uma desaceleração nas vendas. A tendência é que o mercado comece a se acomodar e manter um ritmo estável até que tenhamos uma clareza maior do cenário no longo prazo”, conclui Lessa.
Conforme divulgado na ata do COPOM, para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude e enfatiza que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”.
Comentários