Setores imobiliário e de construção civil devem ter mais dificuldades nos próximos anos


Tempos ruins

Em uma pesquisa realizada pela KPMG no Brasil durante evento sobre gestão e recuperação de ativos e investimentos, que reuniu executivos de instituições financeiras, investidores e empresários, 28% apontaram que os setores imobiliário e de construção civil devem ser os mais afetados em um cenário econômico de incertezas, o que deve demandar um esforço adicional na reestruturação dos negócios, principalmente, tanto no que diz respeito à adequação da estrutura de capital para diminuição do grau de alavancagem, quanto na redução de custos.
Segundo a pesquisa, há uma possibilidade real de aumento no número de pedidos de recuperação judicial nestes setores. Ainda de acordo com o levantamento, os outros segmentos que devem ser impactados são montadoras e autopeças (24%), energia (16%) e agronegócio (13%).
"Dentre os setores identificados, o agronegócio já vem apresentando sinais de que os impactos serão representativos. Segundo dados da única  (União das Indústrias de Cana-de-açúcar), 30 usinas de cana- de-açúcar estão em processo de recuperação judicial e pelo menos outras dez devem paralisar suas atividades. Saber o momento de buscar uma reestruturação é essencial para a  sobrevivência de uma empresa", afirma sócio da KPMG no Brasil e líder do setor de reestruturação, André Schwartzman,. "No agronegócio, a preocupação é ainda maior, já que muitas empresas ainda contam com uma gestão familiar, sem uma profissionalização dos processos", finaliza

Aumento nos pedidos de Recuperação Judicial
Um dos pontos levantados na pesquisa foi o motivo do crescimento no número de pedido de recuperação judicial. Somente no ano passado, foram 874, um recorde, maior que o registrado em 2009, momento pós-crise mundial e que gerou 670 solicitações. Para 41% dos entrevistados, o aumento e popularização da lei perante a sociedade empresarial foi o principal fator; elevação das taxas de juros e restrição de crédito para as empresas (22%) aparecem em segundo lugar, intervenção do governo sobre setores da economia (15%) em terceiro, e desaceleração da economia brasileira (13%) por último.
"Ainda segundo o levantamento, 90% dos pesquisados acreditam que a taxa básica de juros deve se manter no mesmo patamar ou aumentar até o final de 2015. Isso gera uma insegurança econômica que traz como consequências aperto da concessão de crédito e uma tendência de aumento nos pedidos de recuperação judicial", analisa o sócio da KPMG.

A culpa é do quê?
Os problemas gerados internamente no controle da administração (42%) e um equilíbrio entre fatores internos e externos (43%) são os principais motivos, segundo a pesquisa, que levam uma empresa entrar em estágio de crise.
"Isso se reflete diretamente na visão que os executivos têm do que deve ser feito para que as companhias tenham uma reestruturação bem-sucedida. Quarenta e um por cento acreditam que uma profissionalização da gestão e melhor governança corporativa são fundamentais, seguido por um eficiente sistema de gestão, em  especial financeira, citado por 34%", observa Schwartzman. "Empreendedores, bancos, investidores, dentre outros, devem ter uma parceria integrada, atuar em conjunto e adaptar suas práticas para, dessa forma, utilizar suas competências com o objetivo de evitar crises e manter o valor das empresas", finaliza o executivo.

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