Setor de construção civil nos EUA e Europa ainda sente os reflexos da crise


A situação das empresas do setor de construção civil nas macrorregiões econômicas Europa, América do Norte e Ásia/Pacífico reflete com exatidão as tendências econômicas globais, regionais e nacionais. O setor de construção civil foi fortemente atingido pela crise de 2009, e um grande números de incidentes de pagamento ainda ocorrem em 2011. Hoje, a situação da economia mundial, marcada pela atual recessão na zona do euro, tem diferentes contextos dependendo de cada país ou região, e há disparidades significativas entre países e subsetores econômicos.

Construção na Europa vai depender dos planos de austeridade em 2012

Após um declínio de três anos e uma queda de 17% na atividade neste período, o setor de construção europeu finalmente quase se estabilizou em 2011, particularmente na área residencial, apesar de persistirem disparidades entre os países europeus, que podem ser divididos em três grupos:

  • O primeiro grupo reúne os países onde o setor de construção mais sofreu com a crise, e onde a recuperação vai levar mais tempo. Irlanda, Islândia, Espanha, Dinamarca, Holanda, Grécia e a Europa Central foram afetadas por excessos significativos em preços e fornecimento, e ainda registram um grande número de incidentes de pagamento.

  • O segundo grupo, Reino Unido, França, Bélgica e Itália, sofreu menos, e os negócios até se recuperaram em 2010. Apesar disso, um novo declínio se estabeleceu devido à persistência de preços excessivamente altos. Incidentes de pagamento ainda são disseminados, particularmente no Reino Unido, onde o número de falências corporativas é o mais significativo. Na França, as empresas enfrentam forte concorrência para ganharem contratos e lutam para ganhá-los mesmo que isso signifique às vezes diminuir suas margens, enquanto têm que colocar na conta, preços elevados para materiais brutos. Houve menos falências no primeiro semestre de 2011 do que no mesmo período de 2010, embora os números permaneçam muito acima dos níveis pré-crise.



  • O terceiro grupo consiste dos países europeus onde a crise não afetou o setor de construção: Alemanha, Áustria, Noruega, Suécia, Finlândia e Polônia. As falências no entanto são mais altas do que em outros setores, afetando principalmente as empresas cuja atividade é regional e que trabalham em apenas um setor.


Para 2012, a Coface prevê um avanço modesto na construção na Europa, se a retomada no setor residencial continuar. O setor de construção será, no entanto, afetado pelos planos de austeridade. Obras públicas e construções institucionais devem se estagnar sob a influência das restrições de orçamento. A construção de instalações empresariais e industriais devem ser afetas pelas incertezas econômicas.

América do Norte: Estados Unidos ainda patinam, e Canadá se recupera

Nos Estados Unidos, os preços em queda, combinados aos custos em alta, enfraqueceram todo o setor. O investimento em construção caiu 2% nos primeiros 11 meses de 2011. Apesar do declínio afetar a maioria dos subsetores, o segmento de novas construções foi especialmente enfraquecido. A construção comercial e institucional também continua a sofrer devido às dificuldades de orçamento das cidades e estados. No Canadá, a recuperação que começou no início de 2010 explica o baixo nível de incidentes de pagamento registrado pela Coface. Uma forte desaceleração é no entanto esperada no segmento residencial em 2012, devido à introdução de condições de crédito mais rigorosas.

Ásia-Pacífico: recuperação na atividade

O setor de construção na zona Ásia-Pacífico é relativamente flutuante. É esperado que a atividade se recupere razoavelmente bem em 2012 no Japão e na Nova Zelândia, ambos afetados por desastres naturais, em resposta à sua necessidade de reconstrução. Na Austrália, a curto prazo as incertezas econômicas devem impedir o dinamismo do setor, mas é esperado que a atividade se acelere no médio prazo, graças as condições demográficas favoráveis.

  • O caso da China


As vendas caíram na China desde 2010, seguindo os passos dados pelas autoridades para desaquecer o mercado de propriedades, em particular por restringir os empréstimos bancários ao setor. A queda nas vendas, ajustes de preços e aumento nos níveis de estoque devem gerar uma pequena queda na atividade no segmento residencial privado, mas isso será parcialmente compensado pelo lançamento de um novo programa público de construção residencial social.

O boom na construção fez com que players de classe mundial emergissem na China, não apenas nas empresas de construção mas também de produtores de materiais brutos e manufaturas de maquinário. Estes recém-chegado são cada vez mais ativos nas zonas emergentes, particularmente na África e no Oriente Médio.



Análise: sensibilidade às condições econômicas específicas para cada mercado e subsetor.

A intensidade de atividade no setor de construção varia de acordo com o impacto da crise na economia de cada país e de acordo com a sensibilidade às condições econômicas que variam de um subsetor para outro (residencial, comercial ou infraestrutura, público ou privado, etc.). A atividade é forte em mercados emergentes que estão tirando seu atraso no desenvolvimento, e isto é particularmente favorável a certos subsetores, como obras públicas e construção comercial privada e institucional. Da mesma forma, a atividade em mercados desenvolvidos é moderada ou estagnada, em especial no setor de construção residencial, ligado a diferenças demográficas, de ambientes econômicos, termos de crédito, legislação fiscal, estoque de casas vagas e preços.

Este clima econômico frágil e variável, combinado a mudanças em pedidos do setor público e regulações e flutuações tanto de custo dos materiais quanto da demanda, explica o aumento nos incidentes de pagamento durante os primeiros meses da crise, em 2008, e também de outubro de 2011 em diante.



Contribuição: Grupo Coface

O Grupo Coface, um dos líderes mundiais em seguro de crédito, oferece às companhias ao redor do mundo, soluções para o gerenciamento de recebíveis. Em 2010, a Coface registrou um volume de negócios consolidado de € 1.6 bilhões de euros, com 6.400 funcionários fornecendo um serviço global em 66 países. A cada bimestre, a Coface publica suas análises de risco-país de 156 países com base no seu conhecimento exclusivo do comportamento de pagamento das companhias e no expertise dos seus 250 analistas de risco.

Na França, a Coface gerencia garantias públicas à exportação em nome do governo francês.

A Coface é subsidiária do Natixis cujo capital próprio (Tier 1) foi de 16.8 bilhões de Euros ao final de dezembro de 2010.

 

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