O Dia Mundial do Meio Ambiente , estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas no ano de 1972 , é celebrado todos os anos no dia 5 de junho. O intuito é gerar reflexões e ações políticas de povos e países para aumentar a conscientização e a preservação ambiental. Os moradores do setor Marista, em Goiânia , têm o que comemorar, afinal , t ê m o privilégio de ter uma praça altamente consciente e repleta de conceitos sustentáveis , que deveriam ser reaplicados não só por outros bairros da capital de Goiás, como em todo o país.
Segundo os moradores da Rua 27 com a T-50 e pessoas que passam cotidianamente pelo local, a praça é um exemplo. Muitos ficam até boquiabertos: “ A ntes aqui tinha um espaço, que diziam ser uma praça. Mas, para mim , não era. N em bancos tinham e era bem abandonado. Hoje eu fico encantado e satisfeito de trabalhar aqui, que é tão bem cuidado. Sem dúvidas é a praça mais linda que já vi”, disse o vendedor de churros, Cleuzio da Silva Santos.
Cada cantinho da praça foi pensado de forma consciente para garantir à s futuras gerações não somente lazer , m as verdadeiras lições a céu aberto. Sendo que a primeira delas é: reduza, reuse e recicle! Várias garrafas pet foram reaproveitas e transformadas em horta vertical. Pneus velhos e botas de borrachas viraram vasos repletos de cores e flores para alegrar o espaço. Detalhes simples que cada um de nós poderia levar para nossas casas e colocar em prática.
Por que não valorizar nosso bioma cerrado? Foi o que pensou a Consciente Construtora ao idealizar o projeto da praça juntamente com a prefeitura de Goiânia. No local foram plantadas cerca de 100 árvores, desde pitanga ao ipê. Substituíram árvores antes existentes, como a manguba, que estavam destruindo até o asfalto da região próxima. Outro destaque de primeiro mundo da praça refere-se ao calçamento. Todo o piso é drenante, possuindo ainda valas para escoar a água da chuva. “A praça fica como se fosse um colchão d’ água quando chove. Essa água passa pelo piso e infiltra o solo”, explicou o engenheiro civil Murilo Simon.
A praça possui lâmpadas de led, que consomem menos energia elétrica. Painéis fotovoltaicos que captam a energia solar, convertendo-o em energia elétrica para alimentar as lâmpadas led e o sistema elétrico do espelho d’ água. Tem ainda turbinas que são acionadas pela água da chuva para também gerarem energia elétrica. Outro aspecto muito interessante do local é o Espaço Cultural Attilio Correia Lima feito de containers reutilizados em substituição à alvenaria convencional. “Os containers tidos como sucatas haviam sido descartados. Aí a gente reformou-os e fizemos as instalações necessárias. Só que lá dentro ficava muito quente, pois o container é de lata. Então, como resolvemos isso? Fizemos um teto verde para ficar mais agradável a temperatura. Ele é feito com grama e tem um sistema de irrigação automática”, conclui.
Além de sustentável, a praça é acessível , p ois foi feita sem degraus, sem desníveis e com entradas para cadeirantes e piso direcional para deficientes visuais até o jardim sensorial. Assim, todos podem sentir os vários cheiros das plantas aromáticas, plantadas e identificadas com placas em braile. Garantindo ainda o cuidado com o meio ambiente, toda a madeira utilizada tanto no parquinho, quanto nos bancos é de reflorestamento. Existe no local um canteiro bio séptico, que impede que os resíduos dos banheiros públicos poluam o lençol freático.
“Aqui tem conceitos sustentáveis, que não precisam necessariamente ser aplicados juntos. O jardim sensorial, por exemplo, com um acesso ao deficiente visual – que a gente já trabalha na praça consciente e que a prefeitura já usou na Avenida 10, na Rua Universitária. Então, aqui tem vários conceitos que podem ser copiados não só em Goiânia, mas em todo o Brasil”, disse o engenheiro civil da Consciente Construtora Murilo Simon.
“Todo mundo tem que se conscientizar e cuidar do meio ambiente!” Esse é o alerta da estudante, Thais Yonoki. Ela é estudante de uma escola particular próxima à praça e ao sair das aulas sempre se encanta com a limpeza do local. O desejo dela é prestar vestibular para engenharia civil e já garante que , quando se tornar profissional dessa área , vai ter a Praça Consciente como modelo para os projetos futuros.
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