França marca presença na Bienal Internacional de Arquitetura


França marca presença na Bienal Internacional de Arquitetura

Exposição “Générocité” integra o Ano da França no Brasil e propõe soluções para o espaço público

A oitava edição da Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) teve início na tarde de 31 de outubro, no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera, na zona oeste de São Paulo, com importante participação francesa. A exposição “Générocité” é um evento oficial do Ano da França no Brasil e integra a Bienal, que vai até o dia 6 de dezembro, no 2.º andar do pavilhão, local destinado a apresentações de vários países.

O tema deste ano da Bienal é intitulado “Ecos Urbanos” e discute a qualificação de áreas degradadas de cidades a partir de megaeventos – a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 são as referências e ganham um espaço especial no terceiro andar. Há também, no primeiro piso, uma área destinada a projetos governamentais e individuais, além de uma exposição sobre quiosques sustentáveis, desenvolvidos por estudantes de arquitetura e urbanismo.

“Ecos” também representa a sigla Espacialidade, Conectividade, Originalidade e Sustentabilidade, os eixos que norteiam o conceito das mudanças que serão propostas. Por sua vez, “Générocité” também faz um jogo de palavras em francês com os termos “generosidade e “cidade” e segue a linha central da proposta da Bienal.

Segundo o comissário da exposição e diretor do Instituto Francês de Arquitetura (IFA) Francis Rambert,  “Générocité” permite uma interação total com o público, já que as maquetes expostas são seguradas por braços mecânicos móveis e permitem uma visão de 360° dos projetos. “Hoje não se constrói mais um prédio unicamente pelo monumento, pois se pensa no que ele poderá contribuir para a cidade. Desenvolvimento sustentável e generosidade caminham juntos nesse princípio”, afirmou Rambert, que citou como um dos exemplos clássicos de construção sustentável o Centro Georges Pompidou, em Paris.

A presidente-executiva da 8.ª Bienal Rosana Ferrari afirma que a Bienal faz com que o público entenda mais sobre o trabalho do arquiteto e de sua importância para o cotidiano. “A Bienal discute as questões sociais que envolvem a arquitetura, que é também uma ferramenta de direito do cidadão. A exposição da França tem um tema condizente ao da Bienal. Foi muito apropriado, já que o arquiteto não trabalha só em projetos individuais, mas para toda a coletividade”, afirmou.

Para o diretor do Departamento de Arquitetura e do Patrimônio do Ministério da Cultura da França Jean Gautier, “Générocité” se baseia na generosidade da arquitetura francesa contemporânea. “Nas últimas décadas, foram levantadas preocupações relacionadas ao aumento do espaço público, à superfície, à luz e ao conforto. Todas as grandes metrópoles precisam que seus espaço públicos sejam organizados, e os arquitetos passaram a contribuir para uma construção mais harmoniosa das cidades”.

A opinião é partilhada pelo adido de cooperação e de ação cultural do Consulado-Geral da França em São Paulo Jean Martin Fidori. “A França começou a planejar há algum tempo a reabilitação de seus centros urbanos. Por exemplo, através de meios de transporte, como os veículos leves sobre trilhos. Para o público paulista é sempre interessante ter a chance de observar como os espaços públicos europeus são divididos atualmente, recusando o modelo único do automóvel”, afirmou.

Outra presença importante no evento foi a da presidente da União Internacional dos Arquitetos (UIA), a australiana Louise Cox, que saudou o país. “A Bienal é uma grande oportunidade para entendermos melhor o funcionamento das cidades e o design urbano. Parabéns ao país por ter sido escolhido para sediar a Copa do Mundo e a Olimpíada, vocês estão em referência no mundo, portanto não percam a oportunidade”, disse Cox em seu discurso na abertura.

Philippe Ariagno, adido cultural do Consulado-Geral da França em São Paulo, considera crucial a discussão sobre generosidade urbana e desenvolvimento sustentável. “A exposição mostra  projetos destinados a mudar um pouco a paisagem da cidade. Nasceram em uma época na qual nos perguntamos como conseguiremos viver nas grandes metrópoles. Générocité pode ser um jogo de palavras, mas representa uma proposta de vida em uma cidade mais uma humana, e os arquitetos franceses de todas as gerações seguem atualmente essa linha”.

No dia 1.º de novembro, a comissão francesa presente ao evento começa a participar de uma série de debates. Segundo a vice-presidente da Bienal de Arquitetura e curadora do Fórum Permanente de Debates Nadja Someck, as discussões vão se prolongar durante todo o evento e, além de arquitetos, trarão profissionais de outras áreas como filósofos, historiadores e sociólogos.  “A Bienal serve para mostrar como a arquitetura pode melhorar as cidades. O tema do Fórum Permanente de Debates é o papel da disciplina na sociedade contemporânea. E os convidados franceses, que vão falar sobre o conceito de “Générocité”, terão uma presença muito importante, já que a França é uma referência de qualidade de vida”, afirmou. Além da “Generocité”, serão abordados temas como a região metropolitana de Paris contraposta com o modelo de Recife-Olinda.

A oitava edição da BIA foi realizada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IAB-SP), organizada e promovida pela Apó Soluções e contou com o apoio e parceria de Unesco, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Monumenta, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura, das prefeituras de São Paulo, Mogi das Cruzes, Suzano, Osasco e Embu das Artes, Holcim, Pirelli, Fundação Bienal de São Paulo, TAM, Século XXI Operadora, Latin Event, Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetutra (AsBea), Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), Conselho Regional de Arquitetura – seccional São Paulo (Crea-SP), Mútua, Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo (Sasp) e União Internacional dos Arquitetos (UIA).

Informações - 8ª Bienal Internacional de Arquitetura – São Paulo
Data: 31 de outubro a 6 de dezembro de 2009
Horários: terças a quintas, das 12h00 ás 22h00; sextas, sábados domingos e feriados, das 10h00 ás 22h00
Local: Pavilhão Ciccillo Matarazzo – Fundação Bienal – Parque do Ibirapuera
Ingressos: R$12,00
http://www.bienalinternacionaldearquitetura.com

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