São Paulo pode abrigar 19 novos shoppings centers


São Paulo pode abrigar 19 novos shoppings centers

É o que mostra estudo a ser apresentado em evento internacional sobre mercado imobiliário

Jaraguá, Vila Leopoldina, Parque São Domingos, Jaguaré e Vila Sônia, localizados no extremo oeste da cidade, são os bairros de São Paulo que contam com o maior número de áreas promissoras para a instalação de shopping centers: doze ao todo. Já Santo Amaro, Ipiranga e Vila Prudente, nas zonas sul e sudeste, têm três áreas disponíveis. Tucuruvi, na zona norte, conta com duas. Vila Matilde e Penha, na zona leste, dispõem de uma área cada. No total, são 19 áreas.

Esse é o resultado do estudo "Localização Espacial de Shopping Centers na Cidade de São Paulo", realizado pela geógrafa Giselle Teles, especialista em geoprocessamento e geomarketing, que será apresentado na 9a Conferência Internacional da Sociedade Latino-Americana de Real Estate (Lares, na sigla em inglês), a ser realizada em São Paulo entre os dias 13 e 15 de outubro. A pesquisa procurou identificar novas áreas potenciais para a instalação de shopping centers na cidade de São Paulo, tendo como parâmetro inicial a existência de terrenos vagos.

O estudo foi realizado por meio de técnicas de geoprocessamento, ferramenta que ajudou a sistematizar e organizar as informações e apontou a localização das 19 áreas. "O uso do geoprocessamento foi primordial para a realização da pesquisa. Com essa ferramenta foi possível relacionar todos os dados coletados durante o trabalho para definir os parâmetros finais que mostraram as áreas potenciais para instalar novos shoppings", explica Giselle.

A análise espacial realizada pela geógrafa cruzou variáveis socioeconômicas, de zoneamento, concorrência e distâncias em relação a terrenos vagos existentes na cidade. Para identificar as áreas com potencial para novos empreendimentos, ela analisou tanto as características gerais do entorno dos shoppings existentes na cidade como as particularidades de três shoppings considerados empreendimentos de sucesso em seus segmentos: o Eldorado, dirigido às classes média e alta; o Metrô Tatuapé, voltado à média e baixa renda; e o Pátio Higienópolis, para um público de alta renda. Com isso, foram levantadas as características principais dos locais em que os empreendimentos são instalados.

Todas as informações compiladas pela geógrafa foram organizadas em um único banco de dados, para que fosse possível a realização da análise espacial - por meio de técnicas de geoprocessamento e do software ArcGIS - para identificar, em formato de mapa, os terrenos potenciais e ainda disponíveis para a instalação de novos shoppings.

Os shoppings geralmente concentram-se em regiões que apresentam boas condições de vida e concentração de renda. Em São Paulo, nas zonas oeste e centro-sul há concentração de população de alta renda. Nas outras zonas estudadas constatou-se que, embora as famílias das classes A e B sejam em número reduzido, há um alto índice populacional e boas condições socioeconômicas, o que também traz resultados para os shoppings.

Quando analisou o mapa de zoneamento e uso do solo da cidade, Giselle notou que os shoppings localizam-se em quadras de comércio e serviços ou de residências de médio e alto padrão. Também há uma relação importante com os sistemas viários. Normalmente os shoppings se localizam próximos a grandes avenidas, muitas delas com comércio já representativo, próximos a estações de metrô e em avenidas de bairros residenciais de alto poder aquisitivo.

"Constatamos que o poder de compra do público, a infraestrutura pré-existente e avenidas movimentadas são fatores que influenciam na instalação dos empreendimentos", explica Giselle. Ela pondera, no entanto, que a localização espacial de shopping centers envolve uma série de pesquisas relacionadas não apenas ao entorno do empreendimento, mas também a questões financeiras de viabilidade do projeto - estas não consideradas no estudo.

As conclusões do trabalho da geógrafa Giselle Teles podem ajudar na tomada de decisões dos empreendedores. São Paulo é a capital com o maior número de shoppings (50), e o setor cresce cerca de 10% ao ano na cidade. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers, são gerados mais de 720 mil postos de trabalho nos 385 shoppings do país. O mercado de shopping centers movimenta R$ 64,6 bilhões, é responsável por 18,3% do varejo nacional e por 2% do PIB brasileiro.

Sobre a 9a Conferência Internacional da Lares - "Real estate e os efeitos da crise financeira" é o tema do evento, que será realizado em São Paulo entre os dias 13 e 15 de outubro, e que reúne representantes do setor acadêmico - pesquisadores, professores e estudantes de real estate - com empresários e profissionais do setor imobiliário.

A programação conta com uma série de atividades: apresentação de cases de sucesso e de trabalhos acadêmicos, painéis sobre sustentabilidade e sobre educação em real estate e visitas técnicas.

As inscrições estão abertas em www.lares.org.br

Comentários


BANCA VGV

Fique atualizado com o melhor da central de conhecimento do mercado imobiliário! Conheça cursos exclusivos e as melhores publicações do setor.

Confira a banca completa

Patrocínio Institucional