Mercado imobiliário de São Paulo encerra o semestre em alta

Destaque do mês de junho foi o segmento de dois dormitórios, que respondeu por 39,3% total de 3.574 unidades comercializadas

O mercado de imóveis novos residenciais da cidade de São Paulo encerrou o primeiro semestre em alta. Os resultados de junho foram inferiores apenas à excelente perfomance de comercialização do mês de maio.

De acordo com a Pesquisa sobre Mercado Imobiliário, realizada mensalmente pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, em junho, vendeu-se 3.574 unidades, com redução de 10,9% sobre total escoado no mês anterior, de 4.010 moradias. Em relação ao mesmo período de 2008, houve diferença de -1,1%.

As vendas acumuladas no semestre ficaram em 14,4 mil unidades, volume 25,3% inferior ao total comercializado em igual período de 2008 (19,2 mil imóveis) - ano totalmente atípico em termos de resultados elevados.

O indicador Vendas Sobre Oferta - VSO, relação entre número de unidades vendidas no mês e a oferta - expresso em porcentagem -, foi de 21,5% em junho, superior aos 21,3% percebidos em maio e aos 18,3% de junho de 2008. O VSO médio do semestre ficou em 12,8%, próximo da média anual do ano passado, de 13,8%.

Segmentação
O destaque coube ao segmento de dois dormitórios, que fechou o mês com VSO médio de 52,3%. Com 1.403 unidades comercializadas no mês, o nicho respondeu por 39,3% do volume total de vendas. Os imóveis de três dormitórios participaram com uma fatia de 31,1%, equivalente a 1.110 moradias escoadas.

Período de lançamento
A pesquisa do Secovi-SP distingue dois períodos. O primeiro, denominado de Lançamentos, abrange a oferta com idade igual ou inferior a seis meses de lançamento. Trata-se do tempo de maior esforço na divulgação. Em junho, o indicador VSO para essa fase foi de 51,9%, com a venda de 2.178 unidades, 60,9% do total que foi negociado.
Os 39,1% restantes encontram-se no chamado Pós-Lançamento, ou seja, imóveis com no máximo 36 meses desde o lançamento. O VSO deste segmento atingiu 11,2%, com 1.396 imóveis vendidos.

Considerações finais
Em linhas gerais, percebe-se que o mercado imobiliário superou o choque provocado pela imensa crise que se anunciava nos últimos meses do ano passado. Para o presidente do Secovi-SP, João Crestana, a boa resposta da demanda permite projetar, até o final do ano, um total de vendas semelhante ao de 2008 (32 mil unidades).
Fato preocupante, na avaliação do economista-chefe do Sindicato, Celso Petrucci, é a timidez nos lançamentos. De acordo com a Embraesp, o primeiro semestre fechou com 8,1 mil unidades lançadas na cidade de São Paulo, contra 16,8 mil moradias colocadas no mercado nos primeiros seis meses de 2008.

"Historicamente, o segundo semestre caracteriza-se pela desenvoltura nos lançamentos residenciais. Aliado ao bom desempenho de vendas no segundo trimestre deste ano, tudo leva a crer que o mercado imobiliário retomará, com força, o lançamento e a produção de novos empreendimentos nos próximos meses", analisa Petrucci.