Construtech promoveu ciclo de debates sobre momento da indústria da construção civil


Construtech promoveu ciclo de debates sobre momento da indústria da construção civil

A PINI promoveu de 20 a 22 de outubro, o Construtech, encontro dos profissionais da indústria da construção e arquitetura. Durante os três dias do evento, os participantes puderam trocar idéias com grandes especialistas do mercado, que estiveram presentes nos seminários e fóruns realizados no Construtech.

No fórum Tecnologia e Sistemas Construtivos para o Segmento Residencial, um dos assuntos discutidos foi a adaptação do setor à NBR 15.575, Norma de Desempenho para edifícios habitacionais de até cinco pavimentos. A normalização, que entra em vigor em maio do ano que vem, especifica os critérios para que uma construção ofereça ao usuário segurança estrutural, funcionalidade, acessibilidade e durabilidade, bem como conforto térmico e acústico. Além disso, também exige a introdução do ensino do conceito de desempenho nas universidades. Para o engenheiro Carlos Alberto de Moraes Borges, superintendente do Cobracon (Comitê Brasileiro da Construção Civil) da Associação Brasileira de Normas Técnicas, para quem já cumpre as normas, nada muda com a NBR 15.575. "O custo nem aumenta e nem diminui, continua o mesmo", afirma. "Para os que não cumprem, o grande diferencial é que tudo deverá ser especificado no projeto, que ganhará importância com a norma. Grande parte da qualidade do edifício é determinada no projeto", completa o engenheiro.

Já durante o seminário Engenharia de Custos na Construção Residencial, o professor e coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, João da Rocha Lima, apontou os riscos e oportunidades dos empreendimentos habitacionais no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Lima mostrou como a velocidade de vendas é fator determinante no MCMV. "O empreendimento vendido antes da construção não tem custos de juros e tem condição financeira melhor", disse. Segundo Lima, um planejamento financeiro inadequado no âmbito do MCMV, ou seja, sem considerar o descasamento entre diferentes índices de custos, pode superestimar o resultado do empreendimento em cerca de 86%. "As operações são arriscadas. Se o empreendedor não conseguir uma velocidade de vendas adequada, a taxa de retorno cai bastante", conclui.

No seminário Desafios e Oportunidades no Mercado de Obras Públicas, o presidente do Sinaenco, Jose Roberto Bernasconi, alertou para o atraso no planejamento das obras da Copa do Mundo de 2014. Bernasconi tem viajado pelo país a convite de entidades empresariais e profissionais das cidades-sede brasileiras para acelerar o debate sobre as obras. Em sua palestra, discorreu sobre o exaustivo trabalho nos últimos meses para conscientizar gestores públicos envolvidos na organização da Copa do Mundo de 2014. "É uma oportunidade de o Brasil retomar o planejamento, como se fazia nas décadas de 1960 e 1970."

Bernasconi mostra-se preocupado, principalmente, com os gargalos em transportes e telecomunicações e citou problemas vividos recentemente em grandes capitais, como as quedas de energia e da transmissão em banda larga. Ele defendeu ainda o tratamento da questão da segurança pública como um problema de engenharia. "A segurança tem aspectos logísticos e de comunicação que só a Engenharia pode resolver", ressalta.

Outro destaque do seminário Desafios e Oportunidades no Mercado de Obras Públicas foi a presença do engenheiro civil e auditor federal do Tribunal de Contas da União (TCU), que exaltou as melhorias nos processos de fiscalização de obras públicas. De acordo com o engenheiro, em 2009, o TCU fiscalizou um total de 219 obras. Destas, foram encontradas irregularidades graves em 29%; 55% delas apresentavam alguma irregularidade; e 16% não continham nenhum tipo de ressalva. As obras de transportes correspondem a mais de 63% das obras fiscalizadas pelo TCU anualmente; energia e edificações vêm a seguir com os maiores volumes. Entre todas as obras fiscalizadas, foram encontrados indícios de sobrepreço em 138 delas. O engenheiro fez questão de repetir, entretanto, que não cabe ao TCU paralisar ou não as obras. O Tribunal apenas junta os pareceres e os entrega às comissões mistas formadas no Congresso.

De obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), 2.446 foram alvo de fiscalização, sendo que apenas 3,9% apresentaram algum problema. "O desempenho do programa, portanto, não se deve ao TCU e sim aos erros dos gestores e aos orçamentos malfeitos". Para ressaltar o trabalho do TCU, o engenheiro repetiu diversas vezes: "Não se esqueçam do caso do TRT de São Paulo. É por isso que informamos ao Congresso quando verificamos indícios de irregularidades. Isso aconteceu naquele caso e os prejuízos nós todos já conhecemos", destaca.

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