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Redução de juros motiva investimento em lançamentos imobiliários em Goiás


Taxa para financiamento de imóveis de até R$ 800 mil caiu de 10,25% para 9% ao ano. Medida, aliada a outras projeções positivas para o desempenho da construção civil, reforça otimismo do setor

 
A redução de juros do crédito imobiliário pela Caixa Econômica Federal anima representantes do setor em Goiás. Além de ser esperada diminuição do estoque de empreendimentos remanescentes, há empresas que planejam lançar produtos que se enquadrem no financiamento com taxa inferior a 10% ao ano oferecido pela instituição bancária. Projeções positivas para o setor imobiliário residencial divulgadas também neste mês pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco contribuem ainda mais para as expectativas otimistas do segmento. 

A partir do dia 16 de abril as taxas de juros utilizando recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para crédito imobiliário diminuíram até 1,25 ponto porcentual. Com a mudança, as taxas mínimas para imóveis dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) passaram de 10,25% ao ano para 9% ao ano. No caso de imóveis que se enquadram no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) a redução foi de 11,25% para 10% ao ano.

No SFH estão enquadrados os imóveis residenciais de até R$ 800 mil, para todo país, exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, locais onde o limite é de R$ 950 mil. São enquadrados no SFI os imóveis residenciais acima dos limites do SFH.  

As novas taxas adotadas pela Caixa são avaliadas como uma medida importante para o setor pelo presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Roberto Elias. “Com essa redução para 9% a Caixa volta a ser o agente financeiro com a menor taxa do mercado imobiliário. Isso é muito bom, pois a taxa é, historicamente, uma grande parceira do nosso setor da construção”, afirma o presidente da Ademi.

Com R$ 82,1 bilhões para o crédito habitacional para 2018, a Caixa, segundo informações da própria instituição, é responsável por cerca de 70% das operações para aquisição da casa própria.
Celso Antônio de Souza Júnior, gerente regional do Centro-Oeste da EBM Desenvolvimento Imobiliário, acredita que todas as empresas do setor serão beneficiadas com as mudanças adotadas pelo banco. “Principalmente as que possuem empreendimentos com três quartos compactos. No nosso caso, já disparamos a produção de novos produtos para encaixarem nessa nova faixa”, afirma. 
 
Segundo Celso Antônio, há em Goiânia muitos produtos remanescentes, especialmente os de três quartos compactos, que por não se enquadrarem no programa Minha Casa, Minha Vida, acabam ficando nos estoques por um tempo maior. “A redução da taxa de juros anunciada pela Caixa para imóveis com valor superior aos contemplados pelo Minha Casa, Minha Vida, vai dar uma aquecida no mercado desses produtos que estavam prontos e em estoque”, cita. 
 
Pesquisa da Ademi-GO mostra que houve uma queda de quase 8,5% no número de estoques no fim de 2017 comparado ao montante registrado em dezembro de 2016, mas, ainda assim, havia 10.273 unidades prontas e ainda não comercializadas até dezembro último, sendo 8.535 destas, apartamentos residenciais.
 
Segundo o diretor regional da Brasil Brokers, Ciro Figueiredo, a maioria dos imóveis em Goiânia está na faixa contemplada de até R$ 800 mil. Com a queda de juros para esse perfil de produto, ele diz acreditar que a mudança influenciará muito nas vendas de empreendimento residenciais na capital.

Outras melhorias

Além da redução de juros, a Caixa também anunciou a melhoria das condições no financiamento de imóveis para pessoa física. Segundo a instituição, o limite de cota de financiamento do imóvel usado que era de 50% passa para 70%. “A alteração facilita demais o investimento tanto para investidores quanto para o consumidor final. Dessa forma, aquece o mercado”, informa Ciro Figueiredo.

O banco ainda retomou o financiamento de operações de interveniente quitante, que se refere a imóveis com produção financiada por outros bancos, com cota de até 70%.
Ciro Figueiredo cita que outro ponto a ser observado é que a redução da taxa de financiamento está diretamente ligada à queda da taxa Selic, que automaticamente leva à redução do retorno financeiro do dinheiro investido nos bancos – Poupança, CDB, outros. Esse cenário, na avaliação do diretor da Brasil Brokers, é favorável para trazer o investidor de volta ao mercado imobiliário.

Cenário favorável

Em boletim divulgado em abril pelo Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco, a economista Priscila Trigo diz que a o desempenho positivo do setor imobiliário residencial, iniciado ao final de 2017, seguirá favorável. Ela diz ser esperado um crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil neste ano, após queda de 5% em 2017. “E diferente do ocorrido em outros ciclos de recuperação, acreditamos que há espaço para expansão sem pressões de custos”, menciona Priscila no documento. 

Ainda de acordo com a publicação, o segmento imobiliário residencial será o destaque do setor da construção. A economista cita que no ano passado as vendas e lançamentos subiram 9,4% e 5,2%, respectivamente, o que levou, de acordo com dados coletados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a uma queda do estoque de imóveis novos. No boletim Priscila informa que em 2018 o setor continuará favorecido pela formalização do emprego, pelos ganhos de renda real e pelas melhores condições de crédito, o que leva crer que lançamentos e vendas devem crescer dois dígitos em 2018.
 
Para ilustrar o que a análise do Depec do Bradesco traz, Ciro, da Brasil Brokers, informa que só nesses últimos 60 dias ocorreram cinco lançamentos de empreendimentos residenciais em Goiânia, destes, com exceção de um, todos estão numa faixa de preço de até R$ 800 mil. “O que dá para perceber é que o mercado está voltando a aquecer. O cliente está enxergando possibilidades e voltando a investir e os bancos estão voltando a facilitar os financiamentos para o investidor e o consumidor final. Os números indicam isso”, diz o diretor.


Portal VGV

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