Setor de construção recolheu R$ 62,5 bilhões em impostos e gerou 56 mil novos postos de trabalho em 2010


Vendas, investimentos, desempenho regional e importações também foram avaliados no Estudo da Cadeira Produtiva, realizado pela ABRAMAT, em parceria com a FGV

A indústria de materiais de construção vendeu R$ 105,4 bilhões, em 2010, 8,2% acima do INCC. No varejo, as vendas cresceram 13,7%, chegando a R$ 55,2 bilhões. A arrecadação total de impostos na cadeia da construção em 2010 foi de R$ 62,5 bilhões, valor cerca de 22,5% superior à arrecadação registrada em 2009.

Por conta das medidas de desoneração, a carga tributária incidente sobre a cadeia caiu de 23,5% para 21% do PIB, ainda assim houve crescimento real da arrecadação. Em termos reais, a arrecadação cresceu em 2010 mais de 16% acima do IGP-DI. Desde 2008, o crescimento médio anual já é de 7,6% acima da inflação, número superior ao crescimento real do PIB do país no mesmo período. “Mesmo com a manutenção das medidas de desoneração fiscal adotadas nos anos anteriores e mantidas em 2010, a arrecadação aumentou significativamente”, diz Walter Cover, presidente da ABRAMAT.

Na opinião de Cover, a alta arrecadação confirma a capacidade do setor em sustentar a geração de receitas para o Estado por conta do crescimento da produção e do maior nível de emprego. “A indústria de materiais tem contribuído com o equilíbrio das contas públicas de forma bastante positiva, expandindo a produção e o emprego e, assim, gerando impostos em escala crescente, mais que compensando as medidas de desoneração”, avalia.

Em 2010, a cadeia produtiva da construção representou 8,1% do PIB brasileiro. Em valores absolutos, o total de valor gerado na cadeia foi de pouco mais de R$ 297,6 bilhões. Entre 2009 e 2010, o valor adicionado da cadeia produtiva da construção, isto é, o PIB setorial, cresceu 15,3% acima do INCC. No segmento de máquinas e equipamentos, a recuperação foi muito expressiva, superando os 100% em termos reais, reflexo dos investimentos das construtoras. No mesmo período, em termos nominais, o PIB da construção civil, elemento central da cadeia produtiva, teve crescimento de 22,3%. Essa expansão foi cerca de 15% superior ao INCC.

A indústria de materiais também expandiu seu nível de ocupação em 13,5%. Mas o efeito global desse crescimento sobre a cadeia da construção como um todo foi pouco expressivo, uma vez que a indústria de máquinas e equipamentos responde por apenas 0,9% do emprego total do setor. Na sequência, teve destaque a indústria de materiais, segmento no qual a ocupação cresceu quase 9% em 2010, o que resultou na criação de quase 56 mil novos postos de trabalho.

Na avaliação por regiões do País, a pesquisa revela que as vendas de materiais de construção no varejo cresceram fortemente na Região Norte, em 2010, onde a expansão superou a marca de 44%, bem acima da média nacional que foi de 20,6% e o crescimento das vendas da indústria de materiais foi mais intenso no Nordeste, com expansão de 17,2% contra uma média nacional de 14,8%.

Nesta edição o Estudo da Cadeia Produtiva traz um capítulo especial sobre as importações e mostra que o déficit se agravou em 2010. As importações atingiram novo recorde histórico, superando os níveis pré-crise em quase 30% e chegando próximo do valor de US$ 6 bilhões. Por sua vez, o valor das exportações em 2010 foi de US$ 4,3 bilhões, cerca de 18% abaixo do registrado em 2008, o que corresponde a uma diferença US$ 1 bilhão. Com isso, o déficit comercial do setor passou de US$ 44 milhões em 2009 para US$ 1,6 bilhão em 2010.

Apesar das importações ainda preocuparem o setor, os números consolidados de 2010 revelam resultados que superaram as expectativas. “A expansão do crédito e o crescimento da renda foram os fundamentos mais importantes dessa retomada. Além disso, desde 2009, o crescimento da cadeia da construção foi impulsionado pelo programa Minha Casa Minha Vida, que além de trazer mais recursos para o financiamento habitacional, permitiu que parcela importante da população de menor renda tivesse acesso à moradia”, analisa Cover.

Cover lembra que as obras do PAC em infraestrutura, a demanda por obras dos governos estaduais e municipais e da iniciativa privada complementaram o cenário de expansão. De acordo com o executivo os investimentos em máquinas e equipamentos foram retomados com força, superando a queda registrada em 2009 e a taxa de investimento do país voltou ao patamar próximo ao registrado em 2008, antes da crise.

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