Com PIB em queda, desempenho do mercado imobiliário corporativo deve ser inferior ao previsto

Depois de quatro anos de recorde sucessivo da atividade construtiva, o mercado imobiliário corporativo passou a enfrentar neste ano os reflexos da queda da economia brasileira.  Dados divulgados nesta semana pelo Banco Central apontam que a previsão do crescimento da economia em 2014 recuou pela décima segunda semana seguida, atingindo o índice de 0,79%. Para 2015, a expectativa é de que o PIB (Produto Interno Bruto) chegue a 1,2%.

De acordo com Marcos Alves, Sócio-Diretor do Portal Buildings, empresa especializada em pesquisa imobiliária corporativa, os indicadores da macroeconomia impactam diretamente no desempenho do setor. “Existe claramente uma aderência do comportamento dos indicadores do mercado de Real Estate com os índices da macroeconomia, por exemplo, à medida que o PIB oscila, é possível perceber uma oscilação parecida na taxa de crescimento da ocupação nos edifícios de escritórios”, diz o executivo.

Segundo Alves, ao projetar a taxa de ocupação dos escritórios com base na variação do PIB prevista para 2014 e 2015 e, paralelamente, estimar o novo estoque com base na atividade construtiva atual, considerando a data de entrega prevista para 2014 e 2015, percebe-se uma forte tendência no aumento da taxa de vacância no mercado de escritórios de São Paulo. Neste contexto, conforme demonstram os gráficos abaixo, os escritórios Corporate passariam de cerca de 10% no início de 2014 para 16% de taxa de vacância no final de 2015, uma variação de 6 pontos percentuais em 24 meses.

Já os escritórios Office, conforme ele, passariam de 13% no início de 2014 para mais de 21% de taxa de vacância no final de 2015, o que pode representar quase 1 milhão de metros quadrados Office desocupados.

O gráfico abaixo traz a relação da aderência entre a taxa de crescimento do PIB e a taxa de Crescimento da Ocupação dos escritórios em São Paulo.

 

Gráficos fonte: Buildings